Renan estabelecerá cronograma para votação de pacote do PMDB

A agenda faz parte de uma articulação entre Renan e o Planalto para a recuperação da sustentação política da presidente
Da Folhapress
Publicado em 13/08/2015 às 15:28
A agenda faz parte de uma articulação entre Renan e o Planalto para a recuperação da sustentação política da presidente Foto: Foto: Jane de Araújo/ Agência Senado


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), irá construir um cronograma detalhado para a análise das propostas que integram a chamada Agenda Brasil, apresentada por ele e outros peemedebistas ao governo no início da semana para reverter a crise econômica e política do país.

Segundo Renan, ele apresentará o calendário na próxima segunda-feira (17). "Vamos apresentar um cronograma detalhado onde as matérias convergentes já poderão ser pautadas, para que essa agenda seja levada adiante", disse.

A agenda já sofreu alterações e foi ampliada em uma reunião realizada por Renan nesta quarta (12) com a presença de 35 senadores e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

Dentre as inovações, estão medidas controversas para o governo Dilma e o PT, como a redução de ministérios, fixação de limites para a dívida pública e até a implosão, na prática, do Mercosul.

Ao todo, o número de tópicos da agenda saltou de 27 para 43, contemplando ações destinadas a melhorar o ambiente de negócios, reduzir despesas na área social e equilibrar o Orçamento.

Na quarta, Levy definiu como pautas prioritárias a votação da reforma do PIS/Cofins, de forma gradual, reduzindo a cumulatividade do tributo e simplificando seu recolhimento, a reforma do ICMS, principal fonte de receita dos governos estaduais e medidas para repatriação de recurso financeiros no exterior, com proteção a quem aderir ao modelo.

Apesar do entusiasmo do governo com o pacote de propostas, governistas afirmam que o conjunto será "filtrado" porque muitas delas não terão qualquer tipo de acordo para serem votadas. Senadores da oposição também já demonstraram desinteresse por alguns tópicos.

A agenda faz parte de uma articulação entre Renan e o Planalto para a recuperação da sustentação política da presidente, em reação à ofensiva oposicionista do presidente da Câmara dos Deputados, o também peemedebista Eduardo Cunha (RJ).

Com as modificações, o conjunto de propostas pode se tornar ainda mais indigesto para o PT e seus aliados à esquerda -apesar de ter sido retirada da lista a possibilidade de cobrança por serviços públicos de saúde conforme a renda do usuário.

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