O juiz federal Sergio Moro condenou nesta segunda-feira (17) o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o lobista Fernando Soares e o empresário Julio Camargo à prisão em um processo da Operação Lava Jato relacionado à contratação de navios-sonda pela Petrobras.
Cabe recurso à decisão. Dos três condenados, só Camargo está em liberdade.
O doleiro Alberto Youssef, que está preso e também era réu no caso, foi absolvido. Sergio Moro entendeu que faltaram provas sobre as operações de lavagem denunciadas pelo Ministério Público Federal.
De acordo com a sentença, Cerveró é culpado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, que tiveram penas fixadas em 12 anos, três meses e dez dias de prisão.
Camargo, que firmou um acordo de delação premiada, foi condenado por crimes que somam 14 anos de prisão. O juiz, no entanto, determinou que ele cumpra cinco anos de prisão em regime aberto, que inclui prestação de serviços comunitários.
A pena de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, foi fixada em 16 anos, um mês e dez dias de prisão.
Os condenados também terão que pagar multa.
Sobre Cerveró, o juiz escreveu que os crimes de corrupção envolveram o pagamento de pelo menos US$ 14,3 milhões e R$ 4,4 milhões nos contratos de fornecimento de navios-sonda, valores "muito expressivos".
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, Camargo era representante do estaleiro Samsung Heavy Industries, da Coreia do Sul, e a partir de 2006 pagou propina à Diretoria Internacional da Petrobras, então comandada por Cerveró, para fechar negócios com a estatal.
Fernando Baiano, sustentou o Ministério Público Federal, intermediou os pagamentos ao então diretor.
O lobista e o ex-diretor negaram os crimes à Justiça.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos condenados.