O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi o primeiro a depor na sessão desta segunda (31) da CPI da Petrobras em Curitiba (PR). Porém, Dirceu foi dispensado, depois de se recusar a responder a todas as perguntas feitas a respeito de seu suposto envolvimento nas irregularidades na Petrobras. “Seguindo orientação de meus advogados, vou permanecer em silêncio”, declarou, acompanhado por seu advogado, Roberto Podval.
Apesar de Dirceu repetir sempre a mesma resposta, os deputados insistiram em perguntar. “Como o senhor conseguiu ganhar quase R$ 30 milhões com sua empresa de consultoria, em um período em que o PIB brasileiro caiu quase 2%?”, inquiriu o deputado Bruno Covas (PSDB-SP). “O senhor é o líder dessa organização criminosa?”, perguntou o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO). “O senhor participou de consultorias relativas à venda de ativos da Petrobras na África?”, questionou o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). O presidente da CPI, deputado Hugo Motta, chegou a oferecer a Dirceu a oportunidade de depor em reunião secreta. O ex-ministro respondeu com a mesma frase: “por orientação de meus advogados, vou permanecer em silêncio”.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) fez uma defesa dos governos Lula e Dilma na gestão da Petrobras e protestou contra o fato de Dirceu, preso há mais de dez dias, não ter sido ouvido ainda pela Polícia Federal em relação às acusações que pesam sobre ele. “A Petrobras foi revigorada pelo presidente Lula e pela presidente Dilma. Estamos combatendo a corrupção. Venho aqui dizer que a pessoa que está em investigação e tem o direito constitucional de ficar calada não foi, até agora, sequer ouvida ainda pela polícia”, disse Maria do Rosário.