Receita apura irregularidades em prestadores de campanha de Dilma

Para o ministro, há "vários indicativos" de que o PT e a candidatura presidencial da petista foram financiados por propina desviada da Petrobras
Da Folhapress
Publicado em 11/09/2015 às 22:00
Para o ministro, há "vários indicativos" de que o PT e a candidatura presidencial da petista foram financiados por propina desviada da Petrobras Foto: Foto: Lula Marques/ Agência PT


A Receita Federal informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que irá apurar indícios de irregularidades tributárias cometidas por empresas que prestaram serviços no ano passado para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A análise solicitada pelo vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, será feita nas informações prestadas à Receita Federal pela Focal Comunicação, UMTI Serviços e VTPB Serviços Gráficos.

As três empresas são citadas em pedido apresentado em agosto pelo ministro à Procuradoria-Geral da República para investigar eventuais crimes que possam motivar uma ação penal pública contra a campanha eleitoral da presidente.

Para o ministro, há "vários indicativos" de que o PT e a candidatura presidencial da petista foram financiados por propina desviada da Petrobras.

Até o momento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou apenas o pedido de investigação referente à empresa VTPB Serviços Gráficos.

Segundo ele, os fatos colocados por Mendes "não apresentam consistência suficiente para autorizar, com justa causa, a adoção das sempre gravosas providências investigativas criminais".

No ano passado, a Folha de S.Paulo revelou que a Focal Comunicação, segunda maior fornecedora da campanha presidencial, tem como sócio administrador um motorista que recebia salário de R$ 2.000.

A empresa recebeu R$ 24 milhões da campanha presidencial, só ficando atrás da empresa do marqueteiro João Santana, destinatária de R$ 70 milhões.

Em entrevista, o advogado Marcio Decreci, que defende o empresário Carlos Cortegoso, dono da Focal Comunicação, disse que o PT indicou "operadores" ao seu cliente para que ele recebesse dívidas contraídas com a sigla por serviços feitos de 2005 a 2010.

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