Dois líderes do PSB - o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho - defenderam nesta segunda-feira (21) a volta da CPMF, desde que a alíquota seja repartida com Estados e municípios e os recursos sejam destinados para a saúde. Nesta terça (22), os três governadores da legenda - Paulo Câmara, de Pernambuco, Rodrigo Rolemberg, do Distrito Federal, e Ricardo Coutinho - reúnem-se hoje em Brasília com a bancada do partido para discutir o pacote de ajustes do governo federal. A bancada do Senado, formada por três parlamentares, já se posicionou contrária.
“Acho que existem opiniões a serem consideradas entre os governos que vão estar presentes”, disse o prefeito do Recife, Geraldo Julio. “A CPMF, ela pode vir no caminho de tentar salvar o atendimento da saúde da população. O fundamental era que a CPMF ela viesse com uma proposta concreta de divisão de arrecadação entre municípios, Estados e a União, e viesse com uma proposta concreta de evitar o fechamento de maternidades, de hospitais de emergência, a redução do Programa de Saúde da Família”, completou o gestor.
“É possível o Brasil discutir sim algum aumento de imposto, desde que ele tenha um objetivo concreto. Acho que a CPMF ela devia ter sido discutida no caminho de salvar o atendimento à saúde em Estados e municípios”, acrescentou Geraldo Julio.
Já o governador da Paraíba foi claro ao defender a volta da alíquota. “Eu sou favorável em relação à CPMF”, afirmou. “Os Estados e municípios têm que participar desse processo. Acho que foi um erro da presidente propor 0,20% excluindo Estados e municípios. Acho que faltou sensibilidade e estratégia ao governo”, acrescentou Coutinho. Para o governador, a CPMF também deve ser destinada à saúde pública, para que o setor não “fechar as portas”.
A exemplo do que fez o governador Paulo Câmara, Ricardo Coutinho também mexeu nos impostos estaduais na Paraíba. No Estado vizinho, também subiram as alíquotas do IPVA, ICMS e ITCMD. “Existe um nivelamento, não é aumento de imposto. O Nordeste tinha alíquotas diferenciadas. Nós estamos nos preparando para a reforma tributária”, justificou o governador.
Geraldo Julio reafirmou que, por enquanto, a Prefeitura do Recife não estuda aumentar os impostos municipais. “A gente vem fazendo um esforço muito grande de criar receitas extraordinárias e de reduzir despesas”, disse. “É claro que a economia nacional está num aprofundamento da crise e que isso pode exigir de nós novas ações”, completou.