Dilma elogia fala do papa na ONU e deve pedir reforma no Conselho de Segurança

Na segunda-feira (28) a presidente vai defender, mais uma vez, em seu discurso na ONU, a necessidade de reforma no Conselho de Segurança para abrigar mais países
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 25/09/2015 às 15:20
Na segunda-feira (28) a presidente vai defender, mais uma vez, em seu discurso na ONU, a necessidade de reforma no Conselho de Segurança para abrigar mais países Foto: Foto: AFP


Após assistir ao discurso do papa Francisco na Organização das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff desistiu de participar da cerimônia de abertura da Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 e retornou ao hotel onde está hospedada, em Nova York. Na chegada, Dilma limitou-se fazer um gesto de "ok" com a mão ao elogiar o discurso feito pelo papa Francisco. "Gostei muito", disse a presidente, que chegou a comentar com seus assessores que ele tocou em pontos que considera "fundamentais", como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a adoção de medidas efetivas contra a degradação ambiental, apontada por ele como um dos fatores responsáveis pela exclusão econômica e uma ameaça à própria sobrevivência da humanidade. Para a presidente, o papa foi mais enfático em sua fala do que se esperava. 

Na segunda-feira (28) a presidente vai defender, mais uma vez, em seu discurso na ONU, a necessidade de reforma no Conselho de Segurança para abrigar mais países, citando as dificuldades da instituição em enfrentar graves problemas, como o dos refugiados da Síria e do Haiti. A reforma do Conselho da ONU será ainda tema principal da Cúpula do G-4, que engloba Brasil, Índia, Alemanha e Japão, na manhã deste sábado. Será o primeira reunião dos quatro presidentes do G-4 desde 2004. O acerto de um G-4 presidencial e não apenas de ministros foi fechado na visita de Angela Merkel ao Brasil, em agosto.

Dilma ficará pelo menos até segunda-feira nos Estados Unidos, para o discurso de abertura da 70ª assembleia-geral da ONU. Depois de enfrentar uma semana de muita pressão econômica, com seguidas altas do dólar pressionando a inflação, e política, com os partidos, principalmente o PMDB, buscando ampliar seu espaço na Esplanada, Dilma terá pelo menos quatro dias com mais atenção voltada para a agenda internacional, embora esteja em contato permanente com o Brasil. 

Ao sair do hotel, mais cedo, a presidente Dilma não quis responder à pergunta sobre o "trabalho" que o PMDB lhe dera na reforma ministerial nos últimos dias. A presidente pretende dedicar a tarde desta sexta a revisar os discursos que fará na ONU, no domingo e na segunda. Ela está reunida com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, tratando das metas numéricas para a redução das emissões de gases estufa no país, o chamado INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida), que a presidente Dilma vai anunciar. 

Seis cenários estão em estudo pela presidente. O anúncio do "número ambicioso" que a presidente pretende fazer é parte da "nova agenda" para o mundo em meio ambiente. A intenção é manter o protagonismo do Brasil nessa área.

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