Dilma chama Lula para ajudar a fechar a reforma ministerial

O principal impasse a ser discutido no encontro entre Dilma, Lula e ministros do PT, no Palácio da Alvorada, é em relação à oferta do sétimo ministério para o PMDB
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 01/10/2015 às 17:40
O principal impasse a ser discutido no encontro entre Dilma, Lula e ministros do PT, no Palácio da Alvorada, é em relação à oferta do sétimo ministério para o PMDB Foto: Foto: EVARISTO SA AFP


Com pendências a resolver nas fileiras do PMDB, a presidente Dilma Rousseff chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Brasília, nesta quinta-feira (1) para ajudá-la a fechar a reforma ministerial. Antes, ela se reuniu com o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto.

O principal impasse a ser discutido no encontro entre Dilma, Lula e ministros do PT, no Palácio da Alvorada, é em relação à oferta do sétimo ministério para o PMDB, a pasta de Ciência e Tecnologia. Lula saiu fortalecido da reforma, pois conseguiu que Dilma mexesse no "núcleo duro" do governo, tirando Aloizio Mercadante da Casa Civil. Na quarta-feira ficou definido que Mercadante será substituído por Jaques Wagner, hoje na Defesa.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), trava agora uma disputa de bastidor com o grupo de Temer e quer um nome da bancada para a Secretaria de Portos. Diz não estar interessado na cadeira de Ciência e Tecnologia, hoje ocupada por Aldo Rebelo que irá para a Defesa. Até agora, está acertado que a bancada do PMDB na Câmara comandará o Ministério da Saúde, o maior orçamento da Esplanada.

O nome cotado para Ciência e Tecnologia é o do deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), homem da confiança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cabe a Cunha aceitar ou não a tramitação de pedidos de impeachment contra Dilma.

 

 

Mais espaço

Na tentativa de conter as ameaças de afastamento do cargo, a presidente está fazendo tudo para contemplar todas as alas do PMDB, que hoje controla seis ministérios e terá o espaço ampliado no primeiro escalão. Para substituir o ministro da Saúde, Arthur Chioro, demitido por telefone na terça-feira, o favorito é o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI).

A intenção de Dilma era criar o Ministério da Infraestrutura, que seria a fusão entre Aviação Civil e Portos. Para não desalojar Eliseu Padilha de Aviação Civil, porém, ela desistiu do plano. Padilha foi indicado por Temer.

O líder do PMDB na Câmara passou a alegar, então, que havia um acordo para que a bancada ocupasse uma área de infraestrutura e passou a exigir Portos. O problema é que o Planalto vê na pasta uma opção para acomodar Helder Barbalho, hoje titular da Pesca. Helder é filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No último desenho da reforma, a Pesca deve ser agregada ao Ministério da Agricultura.

Antes da queixa de Picciani, Dilma já havia definido a maior parte dos ministros do PMDB. Além de Padilha, serão mantidos Kátia Abreu (Agricultura), Eduardo Braga (Minas e Energia), Henrique Eduardo Alves (Turismo). Falta agora bater o martelo sobre as indicações de Portos, Saúde e Ciência e Tecnologia - caso esta oferta permaneça de pé.

Para completar a lista de problemas que atrasam a reforma ministerial, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), tem resistências à indicação do deputado André Figueiredo (CE), que comanda a bancada do PDT, para o Ministério das Comunicações. Os dois são do Ceará. Eunício já foi titular das Comunicações no governo Lula. O PDT quer Figueiredo para dirigir o ministério, mas Eunício está vetando o nome.

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