Dilma defende respeito às diferenças em momento de divergência

A presidente discursou na abertura do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, em Brasília, nessa terça-feira (6)
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 07/10/2015 às 11:50
A presidente discursou na abertura do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, em Brasília, nessa terça-feira (6) Foto: Foto: Lula Marques Agência PT


No momento em que seu governo enfrenta um alto índice de impopularidade, a presidente Dilma Rousseff defendeu nessa terça-feira (6) que, diante do quadro de divergências, é necessário o respeito às diferenças e a formação de consensos.

Em discurso na abertura do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, na capital federal, a petista ressaltou a necessidade de se defender as melhores qualidades da democracia e ressaltou que o país é conhecido internacionalmente por utilizar o chamado "soft power", ou seja, a habilidade de se alcançar consensos de maneira pacífica.

"Nós vivemos em um tempo em que se necessário defender internacionalmente e, mesmo infelizmente no nosso país, as melhores qualidades das democracias sólidas e modernas", disse. "Em momento de acentuadas divergências, são fundamentais os exemplos de seriedade, apaziguamento, respeito às diferenças, formação de consensos e busca de um ambiente mais ameno e amigável no país."

A última edição da pesquisa CNI/Ibope, divulgada na semana passada, mostrou que 69% da população considera a atual administração federal ruim ou péssima e um índice de ótimo ou bom de apenas 10%.

Em discurso, a presidente reafirmou a defesa das liberdades de imprensa e de expressão no país, entre elas a de criticar o governo federal e a de reivindicar direitos por meio de manifestações populares.

"Liberdade de expressão é sem sombra de dúvidas a liberdade de apoiar ou criticar governos, partidos ou a própria imprensa. É a liberdade de ir às ruas para reivindicar direitos ou simplesmente protestar", afirmou.

Em um aceno ao segmento de radiodifusão, a presidente indicou que pode alterar o atual cronograma de migração completa do sinal analógico para o digital, uma reivindicação de empresas do setor.

"Acho que cronograma se ajusta e diante da dificuldade é importante que se estabeleça o dialogo adequado entre os diferentes segmentos envolvidos nessa questão", disse.

Ela defendeu ainda busca de instrumentos para desburocratizar o processo de outorga e pós-outorga para prestação de serviços de radiodifusão.

O evento contou com as participações dos ministros Joaquim Levy (Fazenda), André Figueiredo (Comunicações) e Edinho Silva (Comunicação Social), do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.

Em discurso, o ministro André Figueiredo defendeu o diálogo do governo federal com o segmento de radiodifusão e também avaliou que pode haver mudanças no atual cronograma de migração do sinal analógico para o digital.

O presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel Slaviero, chamou de "entulho" e defendeu a flexibilização da "Voz do Brasil", programa de transmissão obrigatória pelas emissoras de rádio e veiculado de segunda-feira a sexta-feira, às 19h.

"Não dá mais para um entulho da década de 1930 continuar privando os ouvintes do seu direito de escolha, porque às 19h ou escuta-se a 'Voz do Brasil' ou desliga-se o rádio", criticou.

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