O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou nesta segunda (12) ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, que não foi sondado para atuar na defesa da presidente Dilma Rousseff na discussão sobre o impeachment. Britto disse que, se isso ocorresse, não iria atuar, uma vez que prefere continuar analisando questões jurídicas em caráter exclusivamente científico.
Em várias ocasiões, Ayres Britto já se manifestou contrariamente a concordar com a abertura de um processo de afastamento de Dilma por fatos referentes ao mandato anterior. "O cargo é o mesmo, as funções são as mesmas, mas o mandato não é o mesmo. Nova eleição, nova diplomação, nova posse e novo compromisso", reafirmou.
O ex-presidente do STF não quis se aprofundar quanto ao fato de que a oposição poderia incluir nos pedidos de impeachment o parecer do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Julio Marcelo de Oliveira, que atestou ter havido a continuidade das chamadas pedaladas fiscais em 2015
"Aí é outra conversa", limitou-se a dizer Britto, ao ressalvar que não quer entrar no "mérito da resposta".
O advogado Flávio Caetano, responsável pela defesa de Dilma, classificou mais cedo como "leviandade" usar o parecer de um procurador do TCU para tentar afastar a presidente. Para ele, não se pode fazer aditamentos "infinitos" aos pedidos e, se isso ocorrer, não descarta recorrer na própria Câmara ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a iniciativa.