Ao poupar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante o ato de apresentação do novo pedido de impeachment, a oposição tem o objetivo de estimulá-lo a aceitar a abertura do processo contra Dilma Rousseff no Legislativo.
Nos bastidores, líderes do DEM, PSDB, PPS e Solidariedade se reuniram nessa terça-feira (20), com os presidentes nacionais do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e do PPS, Roberto Freire (SP). Aécio e Freire teriam dissuadido oposicionistas de lançar nova nota contra Cunha.
As lideranças confirmaram o encontro, mas afirmaram que não houve orientação para barrar a nota. "Houve um entendimento entre todos os presentes de que uma nova nota pareceria frouxa e que as falas durante atos eram mais fortes", afirmou o líder da minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).
Caso Cunha indefira o novo pedido de impeachment apresentado nessa quarta-feira (21), deputados da oposição prometeram ignorar as liminares do Supremo Tribunal Federal que barraram temporariamente o rito de tramitação do processo definido pelo presidente da Câmara e apresentar recurso ao plenário da Casa.
Conforme o rito de Cunha, esse recurso seria analisado pelo plenário da Câmara e poderia ser derrubado por maioria simples. Na prática, isso significaria a abertura do processo de impeachment. "Se Cunha não aceitar, vamos pedir recurso ao plenário baseado no artigo 218 do Regimento Interno (da Câmara)", afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno.