Filha do homem de confiança de Cunha é exonerada da Prefeitura do Rio

A funcionária Danielle Porcari Alves trabalhava como assessora política do órgão a pedido do presidente da Câmara
da Estadão Conteúdo
Publicado em 29/10/2015 às 18:08
A funcionária Danielle Porcari Alves trabalhava como assessora política do órgão a pedido do presidente da Câmara Foto: Foto: ABr


O secretário da Casa Civil da Prefeitura do Rio, Guilherme Schleder, exonerou nesta quarta-feira (28) a funcionária Danielle Porcari Alves. Ela trabalhava como assessora política do órgão desde junho do ano passado a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conforme revelou o prefeito Eduardo Paes (PMDB). Danielle é filha de Altair Alves Pinto, apontado pelo delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, como receptor de propinas pagas a Cunha e investigadas na operação Lava Jato. Nem o prefeito nem o secretário informaram o motivo da demissão de Danielle. 

Alves Pinto trabalha com Cunha desde 1999. Ele e parentes são donos de empresas que exploram pedras ornamentais no Espírito Santo, e com uma irmã, tem sociedade na Indústria Aladin Mármores e Granitos, em Muqui, município na região sul capixaba. No mesmo endereço e telefone da Aladin funciona a Guarujá Granitos, que pertence a Danielle e sua mãe, Marilene Porcari Alves. Uma das principais obras onde a Guarujá atuou foi a reforma do estádio do Maracanã. A empresa forneceu as divisórias e cubas de todos os banheiros do estádio, além do piso da área VIP.

Após reportagem publicada no jornal O Estado de S.Paulo na segunda-feira (26) o site da Guarujá entrou em manutenção e retirou as imagens do serviço no Maracanã. A reportagem tentou localizar Danielle na empresa ao longo da semana, mas funcionárias disseram que ela não esteve lá nos últimos dias. Ela também apagou seus perfis em redes sociais e não retornou aos contatos da reportagem. 

Alves Pinto não foi localizado nas casas no Rio e em Muqui. O nome dele surgiu na investigação da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a corrupção na Petrobras, após a delação premiada de Fernando Baiano. Segundo Baiano, o assessor recebeu entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo em nome de Eduardo Cunha, como parte da propina total de US$ 5 milhões. A suposta propina era relativa à contratação de navio-sonda pela petroleira. Baiano disse que efetuou os pagamentos a Alves Pinto no escritório de Cunha no centro do Rio, em outubro de 2011.

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