Vice-líder do governo pede investigação de pagamentos a filho de FHC no exterior

De acordo com Silvio costa, o caso do ex-presidente deve ter o mesmo tratamento dado ao presidente do Senado
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 19/02/2016 às 10:33
De acordo com Silvio costa, o caso do ex-presidente deve ter o mesmo tratamento dado ao presidente do Senado Foto: Foto: Edmar Melo/JC Imagem


Um dos vice-líderes do governo na Câmara, Silvio Costa (PSB-PE), declarou que irá pedir ao Ministério Público que o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tenha o mesmo tratamento dado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi denunciado sob a acusação de ter usado dinheiro de uma empreiteira para pagar despesas da amante. "Fernando Henrique vai ter que se explicar", disse Costa, nesta quinta-feira (18).

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a jornalista Mirian Dutra, com quem FHC manteve um caso extraconjugal nos anos 1980 e 1990, disse que a Brasif S.A Exportação e Importação ajudou o ex-presidente a enviar recursos ao exterior para ela e seu filho, Tomás Dutra. Segundo Mirian, as transferências foram feitas por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho. FHC nega que tenha usado a empresa para fazer repasses a Mirian.

"Se fosse com o Lula, o PSDB estaria decretando a sua prisão", afirmou Costa, afirmando que há tratamento desigual entre os políticos de acordo com o partido. "Preciso saber se essa doação da empresa era da Lava Jato e por que era feita dessa forma. Acho uma acusação séria, sobretudo para um ex-presidente que sempre posou como paladino da ética. Eu quero que ele explique para os brasileiros por que o filho dele recebia pensão de uma empresa privada."

Em tom mais ameno, o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (PT-BA), demonstrou solidariedade à família de FHC. "Todos os dias nós somos surpreendidos com notícias que atingem personalidades públicas. Solidarizo-me independente de quem é o agente público e de qual é o seu partido. Investigar cabe ao Ministério Público", comentou Florense. Ele destacou que é preciso ter cuidado com a simples busca por pistas, citando o caso do ex-presidente Lula, que acaba propiciando abordagens condenatórias. "Da nossa parte, todo mundo deve ser investigado quando há indício, mas busca por pistas é outra coisa" disse Florense.


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