Os juros futuros abriram em forte alta nesta quarta-feira (24) reagindo ao rebaixamento de dois graus com consequente perda do selo de grau de investimento do Brasil pela Moody's. Porém, as taxas futuras já desaceleraram e renovaram as mínimas da sessão.
No trecho mais curto, alguns vencimentos chegaram a virar, passando a cair. Além de absorver a notícia, o mercado se ajustou para baixo com a entrada de fluxo "vendedor" de taxa, concentrado, principalmente, no contrato para janeiro de 2018, de acordo com fontes de mesa de renda fixa.
Paralelamente, os profissionais destacam a piora da percepção de risco em relação ao Brasil. O sentimento é medido, por exemplo, pelo diferencial das taxas apontadas pelos contratos com vencimento em janeiro de 2018 e janeiro de 2021.
Às 9h48, o diferencial estava em 105 pontos, ante 95 no ajuste da terça. No mesmo horário, o DI para janeiro de 2018 tinha taxa de 14,61% (14,67% no ajuste da véspera) e o para janeiro de 2021, de 15,65% (15,62%).
Internamente, o depoimento do marqueteiro João Santana, preso na fase mais recente da Operação Lava Jato, está no radar dos investidores. Por enquanto, os juros não reagem aos dados da dívida pública divulgados pelo Tesouro Nacional, segundo operadores. O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 1,54% em janeiro, quando atingiu R$ 2,749 trilhões. Em dezembro, o estoque estava em R$ 2,793 trilhões.
O cenário externo está em segundo plano. Por lá, também prevalece a aversão ao risco diante da fraqueza do petróleo, segundo operadores. Pela manhã, a commodity para abril recuava 1,13%, a US$ 30,75 por barril em Nova York. Em Londres, o Brent cedia 0,79%, a US$ 32,48 por barril.