Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram nesta terça-feira (1) no Supremo Tribunal Federal (STF), nova petição em que pedem à ministra Rosa Weber que analise o pedido de liminar para suspender os procedimentos investigatórios sobre o sítio de Atibaia e o tríplex do Guarujá - imóveis que seriam do petista - até que a Corte defina quem pode cuidar do caso, o Ministério Público Federal ou o Ministério Público do Estado de São Paulo.
Na segunda-feira (29) onze procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato afirmaram à ministra que investigam "supostas vantagens indevidas" a Luiz Inácio Lula da Silva no período em que ele exercia o mandato de presidente.
Para a defesa "é descabido e censurável a afirmação de que haveria suspeita de que o ex-presidente Lula teria recebido vantagens ilícitas durante o 'mandato presidencial', pois não há qualquer elemento concreto que possa dar suporte a essa afirmação, senão um exacerbado entusiasmo associado a um pensamento desejoso (wishful thinking)".
Os procuradores defenderam em petição ao Supremo a manutenção, sob sua responsabilidade, da investigação envolvendo o petista e a propriedade dos dois imóveis.
Essa manifestação dos procuradores da Lava Jato provocou o novo pedido dos defensores de Lula ao STF no âmbito da Ação Cível Originária número 2.833.
No Ministério Público de São Paulo, o promotor de Justiça Cassio Conserino investiga o tríplex 164/A no Condomínio Solaris, no Guarujá, que seria do ex-presidente Lula.
Para os advogados de Lula, há "conflito de atribuições entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público de São Paulo". "É evidente, pois ambos investigam os mesmos fatos. E cabe ao STF dirimir esse conflito de competência."