Inicialmente previsto para esta sexta-feira (1º), o anúncio da nova composição do governo da presidente Dilma Rousseff vai ficar para a próxima semana. O Palácio do Planalto trabalha para acomodar os ministros do PMDB, que resistem em deixar os cargos mesmo depois de o partido ter decidido sair da base aliada.
O governo já decidiu que não vai manter os seis ministros do partido na Esplanada, mas teme perder o apoio de parte da bancada do PMDB que já se manifestou contra o impeachment se demiti-los.
Algumas pastas que estão com o PMDB têm sido negociadas com os demais partidos da base aliada. O PP está de olho no Ministério da Saúde, que hoje está com Marcelo Castro. O PR poderia ficar com Minas e Energia, de Eduardo Braga. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, avalia a possibilidade de se filiar ao PR e engordar o número de pastas da legenda.
Nessa reacomodação, Helder Barbalho poderia permanecer à frente da Secretaria dos Portos e Celso Pansera no Ministério da Ciência e Tecnologia. Já Mauro Lopes, que assumiu a Secretaria da Aviação Civil há menos de 15 dias, deve deixar o cargo.
Na quinta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esteve com Dilma para conversar sobre o assunto. Outros interlocutores do PMDB também procuraram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele atuasse a favor dos nomes do partido.
Independentemente da solução que será encontrada para os nomes da legenda, interlocutores da presidente avaliam que o Planalto termina a semana melhor do que começou. A permanência dos ministros nos cargos mostra que há uma divisão no PMDB e que abandonaram o governo somente aqueles que nunca fizeram parte dele. A debandada dos demais partidos da base aliada também não aconteceu.