Movimentos pró-Dilma definem calendário de mobilizações contra impeachment

No dia 15, dois dias antes da decisão da Câmara, a frente promove uma Jornada Nacional de Mobilização contra o golpe
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 06/04/2016 às 21:06
No dia 15, dois dias antes da decisão da Câmara, a frente promove uma Jornada Nacional de Mobilização contra o golpe Foto: Foto: Evaristo Sá/ AFP


A Frente Brasil Popular, que congrega mais de 60 movimentos sociais, sindicais e partidos de esquerda contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, definiu nesta quarta-feira (6), um calendário de mobilizações que começa na próxima sexta-feira (8), e vai até o dia 17, data prevista para a votação da abertura do processo de afastamento pela Câmara.

A estratégia passa pela abordagem de deputados nos aeroportos das principais capitais no dia 11, quando a Comissão Especial do Impeachment vai votar o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

Na véspera da votação na comissão, a frente vai fazer um acampamento em Brasília, próximo ao Congresso, onde os manifestantes ficarão até o dia seguinte.

"Nas demais, fortalecer abordagens aos deputados nos aeroportos pressionando pelo voto contra o impeachment", diz a circular aprovada nesta quarta.

Na sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de um ato em defesa da democracia ao lado de profissionais da educação no auditório do Anhembi, em São Paulo. Sábado, Lula vai ao Recife onde participa de outro evento contra o impeachment. A viagem faz parte da estratégia de concentrar a pressão sobre deputados da região Nordeste e de cidades pequenas e médias que, na avaliação do ex-presidente, são mais sensíveis à pressão anti-impeachment.

No dia 15, dois dias antes da decisão da Câmara, a frente promove uma Jornada Nacional de Mobilização contra o golpe com o fechamento de estradas, paralisações e assembleias em fábricas "entre outras ações de impacto".

Além dos grandes atos, a frente aposta em pequenas mobilizações em áreas periféricas das grandes cidades, onde foram criadas as Brigadas Populares Contra o Golpe, e nas ações espontâneas capitaneadas por segmentos sociais contrários ao afastamento de Dilma como artistas, estudantes, juristas e sindicalistas.

O calendário está sendo elaborado em conjunto com a Frente Brasil Sem Medo, que reúne outras dezenas de movimentos, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Também no dia 15, os defensores do mandato de Dilma vão iniciar uma vigília na frente do Congresso como forma de preparação para o dia 17, quando serão realizados grandes atos em todas as grandes cidades do País.

Na circular, a Frente Brasil Popular reforça a atenção para a segurança dos atos, sempre evitando confrontos com grupos contrários. De acordo com Raimundo Bonfim, um dos coordenadores da frente, no dia 17 os organizadores vão buscar locais distantes dos atos anti-Dilma. "Em São Paulo protocolamos pedidos para realizar atos na Avenida Paulista, Vale do Anhangabaú e Praça da Sé. Não sabemos se eles (anti-Dilma) protocolaram também, mas não vai ter problema. A única preocupação é Brasília, onde todo mundo vai querer ficar na frente do Congresso", disse ele.

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