Imprensa americana destaca início do processo de impeachment de Dilma

Los Angeles Times destaca para o fato de que a oposição vai ter de enfrentar também "acusações de terem tomado o poder ilegitimamente"
ABr
Publicado em 12/05/2016 às 12:08
Los Angeles Times destaca para o fato de que a oposição vai ter de enfrentar também "acusações de terem tomado o poder ilegitimamente" Foto: Foto: Divulgação/Los Angeles Times


A votação do Senado que admitiu a continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff ocupou nesta quinta-feira (12) o centro do noticiário em jornais, rádios, TVs e sites da internet nos Estados Unidos. Emissoras de rádio, de televisão e também jornais lembraram que o Brasil atravessa uma crise política há poucos messes do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Com repórteres enviados para o Brasil, redes de televisão e emissoras de rádio divulgaram flashes sobre o andamento da votação do Senado.

A rede de TV ABC, que tem grande audiência no país, informou que o processo de impeachment coloca o Brasil diante de "um caos político antes dos Jogos Olímpicos", que ocorrerão em três meses. Para a emissora, o que motivou o início do processo foi a acusação de violação das leis orçamentárias. "Dilma negou qualquer irregularidade e fez um apelo de última hora para o Supremo Tribunal Federal para barrar o processo, o que foi rejeitado", informou a TV ABC.

A rede de televisão CBS também deu grande destaque ao processo de impeachment de Dilma Rousseff tanto no noticiário quanto em sua página da internet. Segundo a CBS, o Senado brasileiro votou pelo afastamento de Dilma Roussef por um período de até seis meses, até que seja examinada de forma definitiva se ela realmente contrariou as leis orçamentárias brasileiras. A acusação contra a presidenta, segundo a CBS, ocorre em meio a uma luta "ferrenha no país contra a corrupção e a crise econômica, em uma turbulência política que estremece o maior país da América Latina a poucos meses dos Jogos Olímpicos".

A rede de televisão a cabo MSNBC também destacou o fato de a saída de Dilma ocorrer a apenas 85 dias das Olimpíadas e lembrou as investigações sobre fraudes e corrupção envolvendo a Petrobras. "O processo de impeachment também se tornou um referendo sobre a presidenta Dilma Rousseff em meio a uma recessão profunda e um escândalo de corrupção envolvendo a empresa petrolífera estatal Petrobras".

Um dos mais influentes jornais impressos dos Unidos Unidos, o The Wall Street Journal, também destacou a votação do impeachment no Senado. O texto argumenta que os senadores brasileiros votaram a favor do julgamento da presidenta Dilma Rousseff por usar manobras de contabilidade para mascarar um déficit orçamentário. Logo no segundo parágrafo, no entanto, o jornal afirma que, para os críticos, a queda da presidenta Dilma Rousseff se dá menos por supostos truques de contabilidade e muito mais por "uma economia em estado de coma" que desapontou um "eleitorado que se sente traído pela presidenta".

Outro grande jornal dos Estados Unidos, o New York Times - colocou uma foto no alto da primeira página de militantes pró-impeachment festejando a votação do Senado. O jornal afirma que a votação para suspender a presidenta Dilma Rousseff ocorre porque ela "é acusada de empréstimos de bancos estatais para esconder um déficit fiscal".

O The Washington Post publicou uma foto da presidenta Dilma Rousseff no alto de sua primeira página. Segundo o jornal, o impeachment ocorre em meio à maior recessão econômica, desde 1930, no maior país latino-americano. O jornal lembra que há também um escândalo econômico no país, relacionado com a Petrobras, que manchou "quase todos os líderes políticos do país".

O Los Angeles Times também deu destaque à votação do Senado para "remover a presidenta de esquerda Dilma Rousseff do poder e submetê-la a um processo de impeachment, efetivamente entregando o governo a uma coalizão impopular das forças mais conservadoras". O objetivo, de acordo com o jornal, é enfrentar uma crise econômica. A notícia acrescenta porém que essa coalizão de forças vai ter de enfrentar também "acusações de terem tomado o poder ilegitimamente".

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