Relatoria poderá chegar a outros trustes ligados a Cunha, diz deputado

No início de sua exposição, Cunha havia dito que não responderia questões sobre trustes a ele relacionados
ABr
Publicado em 19/05/2016 às 13:45
No início de sua exposição, Cunha havia dito que não responderia questões sobre trustes a ele relacionados Foto: Foto: ABr


O primeiro vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara, Sandro Alex, questionou os argumentos apresentados por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que os demais trustes (fusão de várias empresas para formar um monopólio e dominar determinada oferta de produtos e/ou serviços), que não o Netherton, não fariam parte da natureza da representação para investigar o presidente afastado da Câmara.

Posteriormente, ele perguntou se Cunha gostaria de corrigir as informações apresentadas durante a CPI da Petrobras, de que não teria contas no exterior, e cobrou explicações sobre documentos apresentados pelo Ministério Público da Suíça, segundo os quais Cunha teria contas no exterior.

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No início de sua exposição, Cunha havia dito que não responderia questões sobre trustes a ele relacionados, como Orion e Triumph. Recorrendo a notas taquigráficas obtidas durante a votação da admissibilidade do processo, Sandro Alex disse que o conselho está autorizado a investigar a origem desse dinheiro e que, portanto, os demais trustes podem constar no relatório a ser preparado pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

“Vou me ater aos fatos provados na admissibilidade. Em primeiro lugar, o que estamos avaliando é a existência de dinheiro no exterior. Em segundo, a origem lícita desse dinheiro. Esses são os aspectos que a população quer saber, porque [esse] truste [ao que parece, pelas palavras de Cunha] não tem dono, não é conta, não é investimento, não é patrimônio. É apenas uma bênção, uma expectativa divina”, disse Sandro Alex.

Em resposta, Cunha disse que o inciso ao qual as notas taquigráficas se referiam “foi afastado” e, portanto, não teria validade. “Mantenho na íntegra todo meu depoimento à CPI da Petrobras”, afirmou. De acordo com o deputado afastado, “a remessa do Ministério Público da Suíça não atribui a mim a conta bancária em questão”, acrescentou.

Anteriormente, Cunha havia dito que seus recursos tinham como origem atividades de comércio exterior feitas ainda na década de 1980. Levantando dois passaportes seus e dizendo que eles comprovariam a grande quantidade de viagens feitas em função dessas atividades, principalmente à África, Cunha informou que isso foi feito em uma época anterior a seu ingresso na vida pública.

Netrherton

Segundo ele, esta é a origem do dinheiro do truste na Suíça. "A década de 80 era um período de inflação, com dificuldades de muitas naturezas. Era outro Brasil. Foi esse o patrimônio doado posteriormente ao truste. Eu não detinha vida pública naquele momento."

Reiteradas vezes Cunha se recusou a responder sobre os trustes Orion e Triumph, por não serem o objeto da representação apresentada no conselho. Portanto, só responderia os relacionados ao truste Netrherton. “Qualquer outra natureza que não seja a da representação já teve resposta de natureza pública por mim ou por meu advogado”, concluiu Eduardo Cunha.

Conforme o presidente afastado, essas respostas estariam disponíveis nos inquéritos abertos contra ele.

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