O acordo de delação que o ex-presidente e sócio da OAS, Léo Pinheiro, estava negociando foi travado por causa da forma que ele narrou dois acontecimentos que envolvem o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a reportagem, o empreiteiro afirmou que as obras que a OAS fez no sítio de Atibaia e no apartamento do Guarujá foram apenas para agradar o ex-presidente e não recompensas por algum benefício.
A reforma do sítio, de acordo com o empresário, foi solicitada em 2010, no último ano do governo Lula, por Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. A reforma no tríplex teria sido uma iniciativa da OAS para agradar Lula. A empresa gastou cerca de R$ 1 milhão na reforma do apartamento, mas a família do ex-presidente não se interessou pelo imóvel, afirmou Pinheiro.
Os procuradores teriam considerado a versão de Léo Pinheiro como pouco crível. Para os investigadores, ele estaria buscando preservar Lula com a narrativa.
O empresário, condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, começou a negociar o acordo de delação premiada em março deste ano.