PGR

'Não é fácil', diz Janot a conselheiros sobre condução da Lava Jato na PGR

Janot já havia se pronunciado contra críticas em relação ao vazamento de informações sobre a investigação
Estadão Conteúdo
Publicado em 14/06/2016 às 13:49
Janot já havia se pronunciado contra críticas em relação ao vazamento de informações sobre a investigação Foto: Foto: Antonio Cruz /Agência Brasil


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta terça-feira (14) aos membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que "não é fácil" estar a frente das investigações da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal, mas que vai continuar o trabalho de forma republicana.

"Posso dizer a vocês que não é fácil, mas investigação não pode ter ideologia nem lado. Deus me livre do local em que a pessoa escolhe a quem investigar. Isso não é democracia", disse o procurador-geral, ao responder ao apoio recebido pelos conselheiros. "Temos de ser retos enquanto atuarmos no Ministério Público e, republicanamente, dar a todos o mesmo tratamento". 

"Se temos o Brasil num caminho mais acertado, devemos isso não somente ao presidente do CNMP e ao procurador-geral da República, mas ao cidadão Rodrigo Janot", elogiou o conselheiro Walter de Agra, representante da OAB no conselho. "Continue nesse caminho, nós precisamos de líderes como vossa excelência", disse outro conselheiro, Orlando Rochadel.

Na última sexta-feira (10), em um pronunciamento contundente, Janot rebateu críticas e negou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tenha sido responsável por vazar a informação de que ele enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de prisão contra líderes do PMDB - como forma de pressionar o relator da Lava Jato na Corte, ministro Teori Zavascki. 

Na ocasião, Janot apontou que a teoria foi disseminada por "figuras de expressão nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter o decoro" e enviou à Polícia Federal um ofício para se apurar o responsável pelo vazamento. Caberá ao diretor-geral do órgão, Leandro Daiello, dar início ao procedimento. 

Sem citar nomes, o recado de Janot teve, aparentemente, um remetente em especial: o ministro do STF Gilmar Mendes que, na semana passada, criticou os vazamentos, disse que o caso trata-se de uma "brincadeira" com a Suprema Corte e "abuso de autoridade", insinuando que as informações teriam sido divulgadas pela PGR.

"Nunca terei transgressores preferidos, como bem demonstra o leque sortido de autoridades investigadas e processadas por minha iniciativa perante a Suprema Corte. Da esquerda à direita; do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da lei, no que depender do Ministério Público", afirmou Janot.

TAGS
Janot lava jato Procuradoria Geral da República
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory