Em clara postura pela reprovação das contas de 2015 do governo Dilma Rousseff, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio afirmou que o "conjunto de achados" apresentado pela unidade técnica da corte, após analisar as ações tomadas pela presidente afastada no ano passado, "compromete a fidedignidade das contas apresentadas" pela equipe de Dilma.
No total, o órgão apontou R$ 423,74 bilhões em distorções no Balanço Geral da União, referentes a falta, excesso ou confusão de registros na contabilização.
Como o ministro Augusto Nardes fez no ano passado, ao abrir prazo para que o governo se manifestasse sobre as contas de 2014, José Múcio deu 30 dias para que Dilma Rousseff apresente seus argumentos. Na prática, porém, trata-se basicamente de um respeito ao rito do processo - já que o mesmo carrega parte das irregularidades que, no ano passado, levaram à reprovação das contas, como as chamadas pedaladas fiscais.
Durante uma sessão que durou quase duas horas, José Múcio leu cada uma das 19 irregularidades apontadas pela Secretaria de Macroavaliação Governamental do TCU e os cinco apontamentos feitos pelo Ministério Público junto ao tribunal.
O prazo de defesa no tribunal correrá em paralelo à defesa do processo de impeachment da presidente afastada no Congresso, jogando ainda mais pressão sobre Dilma.