A reunião do advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, com demais advogados da Casa terminou no fim do período da manhã desta sexta-feira (21). A Advocacia do Senado prepara uma resposta jurídica para a ação da Polícia Federal que prendeu nesta data quatro policiais legislativos em caráter temporário.
O Senado Federal deve entrar com uma ação jurídica contra a Polícia Federal. Em ações anteriores da Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a criticar publicamente o fato de a Polícia Federal ter feito diligências sem o acompanhamento da Polícia Legislativa da Casa.
A Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado também irá divulgar uma nota oficial.
Cascais, além de advogado-geral, é homem de confiança e também chefe de gabinete de Renan, que está em Alagoas desde a quinta-feira, 20.
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta a Operação Métis para desarticular associação criminosa armada responsável por embaraçar a Operação Lava Jato e outras investigações da PF. A ação tem o apoio do Ministério Público Federal e mira servidores da Polícia Legislativa do Senado.
Quatro policiais legislativos foram presos temporariamente, incluindo o diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho. Ele e os subordinados foram pegos em ações de contrainteligência para ajudar senadores que estão sendo investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os agentes da PF deixaram o prédio do Senado por volta das 11 horas. Eles estavam na Secretaria da Polícia Legislativa da Casa desde o horário das 6 da manhã. Os agentes saíram do local com malas que ocuparam todo o bagageiro de uma das 5 viaturas que fizeram buscas no Senado no período da manhã.
Os policiais legislativos presos nesta sexta-feira pela Polícia Federal fizeram varreduras com o objetivo de retirar escutas telefônicas de imóveis particulares e funcionais ligados a três senadores e um ex-congressista investigados na Operação Lava Jato, entre eles Edison Lobão (PMDB-MA) e Gleisi Hoffmann (PT-PR). A informação, que deu origem à Operação Métis, partiu de um policial que fez acordo de delação premiada.
O agente afirmou a investigadores que, em quatro ocasiões, equipamentos do Senado foram usados para rastrear escutas em imóveis particulares e funcionais ligados a três senadores e um ex-parlamentar investigados na Lava Jato. As investigações correm em sigilo.
O objetivo, segundo as declarações do colaborador, era fazer a chamada contrainteligência: localizar e destruir eventuais sistemas de escuta telefônica e ambiental. Em pelo menos duas ocasiões, as ações ocorreram em São Luís (MA), terra de Lobão, e Curitiba (PR), cidade de origem de Gleisi.