O juiz Sérgio Moro intimou nesta quarta-feira (16) o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) para elaborar "em cinco dias" as perguntas que pretende fazer ao presidente Michel Temer (PMDB), arrolado como sua testemunha de defesa na ação penal em que é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal - crimes que teria praticado a partir da manutenção de contas secretas na Suíça abastecidas com propinas do esquema na Petrobras.
Na semana passada, Temer informou a Moro que vai responder por escrito aos questionamentos da defesa de Eduardo Cunha, atualmente preso em caráter preventivo em Curitiba por ordem do juiz da Lava Jato.
Depoimento de testemunhas por escrito já foi utilizado por outros políticos arrolados como testemunhas de defesa de réus da Lava Jato.
Responsável por aceitar a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente da Câmara e deputado cassado também chamou como testemunha de defesa o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, que, por sua vez, vai depor por meio de videoconferência na Justiça Federal em São Bernardo do Campo no dia 30 de novembro.
Ao todo, Cunha arrolou 22 testemunhas para sua defesa na ação em que é acusado de receber em suas contas na Suíça propinas de ao menos R$ 5 milhões referentes à aquisição, pela Petrobras, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011. O negócio foi fechado pela Diretoria Internacional da estatal, cota do PMDB no esquema de corrupção.
Na semana passada, o peemedebista pediu a substituição de duas testemunhas, solicitando autorização para que fossem chamados o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB). Nesta quarta, o juiz Moro determinou que os dois sejam avisados sobre a solicitação para definição das audiências