O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que o governo pretende reformular o programa de financiamento estudantil, Fies. Em evento da Associação Comercial de São Paulo, o ministro afirmou que os dados recém publicados em relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que "o que se projeta é um rombo estratosférico".
Ele não deu detalhes sobre as características da reforma no programa de financiamento, mas afirmou que o objetivo seria garantir a saúde financeira e a sustentabilidade do Fies. Ele considerou que o Fies deve ser visto como um programa de Estado e que a oferta de vagas não pode "ser elevada às vésperas de uma eleição".
Auditoria do TCU apontou o que foi considerado "descalabro" na gestão do Fies. Entre os pontos de preocupação, o órgão destacou a elevação da taxa de inadimplência dos estudantes financiados e indicou que os calotes poderiam resultar em aumento de despesas da União.
Em discurso durante o evento em São Paulo, o ministro defendeu ainda a proposta de reforma do Ensino Médio. Ele afirmou que a medida tem obtido apoio, apesar de haver opositores.
Mendonça Filho afirmou não se arrepender da decisão do governo de promover a reforma por meio de uma Medida Provisória, acrescentando que o quadro da formação de ensino médio brasileira indicava urgência. "Estamos com debate estabelecido e temos aprovação considerável apesar do barulho grande de opositores", concluiu
O ministro afirmou ainda que o governo também deve enfatizar ações na área da educação fundamental e parceria com municípios. Segundo ele, a introdução de um debate sobre o ensino fundamental e a alfabetização não pode ser feita antes porque não seria estratégico discutir o tema em meio ao processo eleitoral nos municípios. Mendonça Filho afirmou, porém, que em janeiro deve ser lançada uma iniciativa de ênfase na alfabetização.