Senadoras, deputadas e servidoras organizam uma programação especial para essa quarta-feira (8), em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. Simpatizantes da causa vão aderir à Greve Geral de Mulheres, movimento internacional com atos em pelo menos 40 países. Além disso, mulheres do Congresso Nacional vão participar de eventos ao longo do dia para denunciar a violência e a desigualdade de gênero no mundo.
Os movimentos são organizados pelas parlamentares de oposição, que vão se manifestar também contra a reforma da Previdência, que está atualmente em discussão na Câmara. Na visão das parlamentares, o projeto é mais prejudicial para a aposentadoria das mulheres do que dos homens. Entretanto, senadoras e deputadas da base do governo também vão aderir a alguns atos da programação do Dia Internacional da Mulher.
As manifestações começaram às 9h com piquetes nas entradas dos prédios anexos da Câmara dos Deputados e do Senado. O objetivo é que senadoras, deputadas e simpatizantes informem às pessoas que visitarem o Congresso nesta quarta-feira os motivos da Greve Geral de Mulheres.
Como nem todas as mulheres que trabalham no Congresso terão condições de parar integralmente durante o 8 de Março, as servidoras realizarão um "apitaço" às 12h30 em solidariedade àquelas que não puderam aderir à greve. O ponto alto das manifestações será às 16h, quando parlamentares e funcionárias farão uma descida coletiva da rampa do Congresso e se unirão às mulheres que participam do Ato Unificado na Praça dos Três Poderes.
Nessa terça-feira (7), as senadoras propuseram ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que fosse feita uma paralisação das votações da Casa no Dia Internacional da Mulher. Não houve acordo com os demais senadores, majoritariamente homens, para interromper as votações. Dessa forma, o Senado deve votar nesta quarta o projeto que a reabre o programa de repatriação de recursos de brasileiros no exterior.
Em contrapartida, as senadoras conseguiram aprovar na véspera do Dia Internacional da Mulher um pacote de quatro projetos com temas femininos, que tratam do atendimento à mulher vítima de violência e do reconhecimento de heroínas nacionais. As propostas vão à sanção presidencial.
A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira também será dedicada à apreciação de projetos feministas. As senadoras pediram que propostas que atualizam a Lei Maria da Penha e que determinam cotas para mulheres em empresas públicas fossem priorizadas. O presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), afirmou à reportagem que irá acatar o pedido.