Em mensagem ao STF, Moro defende prisão de Palocci

Moro destacou ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a existência de provas que dão conta da movimentação, possivelmente até 2014, de cerca de R$ 150 milhões em recursos ilícitos por Antonio Palocci
Agência Brasil
Publicado em 10/05/2017 às 19:00
Moro destacou ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a existência de provas que dão conta da movimentação, possivelmente até 2014, de cerca de R$ 150 milhões em recursos ilícitos por Antonio Palocci Foto: Foto: ABr


O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância em Curitiba, enviou nesta quarta-feira (10) uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para defender que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci permaneça preso.

Moro destacou ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a existência de provas que dão conta da movimentação, possivelmente até 2014, de cerca de R$ 150 milhões em recursos ilícitos por Antonio Palocci – para caixa dois de campanhas eleitorais ou para enriquecimento próprio.

O magistrado ressaltou ainda que tal quantia não foi integralmente recuperada, dando chance à prática de novos crimes de lavagem de dinheiro, caso o ex-ministro seja solto.

“O que se tem, portanto, em cognição sumária, são provas de macrocorrupção, praticada de forma serial pelo paciente, com graves consequências, não só enriquecimento ilícito, mas também afetando a integridade de processos eleitorais no Brasil e no exterior por sucessivos anos”, escreveu Moro na mensagem ao STF.

Para defender a prisão preventiva de Palocci, Moro apontou haver indícios de que o ex-ministro tentou destruir provas até poucas horas antes de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele, no dia 26 de setembro do ano passado, mesma data em que foi preso.

Julgamento

Após ter negado liminar (decisão provisória) para soltar Palocci, Fachin enviou ao plenário o julgamento do pedido de liberdade do ex-ministro.

A iniciativa foi tomada após Fachin ter sido vencido na Segunda Turma da Corte, colegiado responsável pelas questões relativas à Lava Jato, nos julgamentos que decidiram pela soltura do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do empresário José Carlos Bumlai e do ex-tesoureiro do PP João Claudio Genú, todos réus na Lava Jato.

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