Atualizada às 19h20
Após quase cinco horas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (10), em Curitiba, ao juiz Sérgio Moro, e a grande questão agora é saber o que poderá acontecer mais a diante. De acordo com o professor de direito e advogado Fábio Porto, o interrogatório desta quarta é apenas mais um ato processual de instrução e a sentença do juiz da Lava Jato na 1ª instância poderá vir à tona ainda nos próximos meses.
"É um depoimento do réu, a parte tem que prestar depoimento. É mais uma prova a ser produzida nos autos. Depois disso o processo continua, ele (Moro) pode requerer um novo depoimento da mesma testemunha (Lula) ou solicitar o depoimento de novas pessoas", esclareceu Fábio Porto em entrevista à Rádio Jornal
Ainda segundo o advogado, o juiz Sérgio Moro tem se mostrado bastante ágil no andamento do processo. A expectativa é de que o juiz apresente a sentença já nos próximos meses. Caso seja condenado na 1ª instância, Lula pode ficar inelegível, o que prejudicaria o possível planejamento do Partido dos Trabalhadores (PT) de o lança-lo como candidato a presidente em 2018.
Lula prestou esclarecimentos sobre a acusação de ter sido beneficiado pelo empreiteira OAS por facilitar o firmamento de contratos com a Petrobras. Por ser uma figura pública, o interrogatório do petista mobilizou simpatizantes e pessoas contra Lula. Em atos no Centro de Curitiba, os grupos foram separados e acompanhados pela polícia. Militantes que apoiam o petista esperam que, após o inquérito, Lula vá as ruas para participar de um ato.
Mesmo com a sentença condenatória por parte de Moro, Lula ainda pode recorrer à 2ª instância, o Tribunal Regional Federal (TRF). Caso o TRF também confirme a condenação, Lula poderá ser preso e responder aos crimes pelo período de reclusão definido na sentença.