A jurista Janaína Paschoal falou em entrevista na noite desta quarta-feira (17) que a melhor pessoa para fazer a transição política no caso de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB) é a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia. Janaína ganhou notoriedade em 2016 por ser coautora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em conversa com a Rádio Jornal, Janaína também comentou que considera grave as notícias que vieram à tona envolvendo os nomes do presidente Temer e do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves. Para a advogada, caso os áudios venham à tona e o conteúdo das delações sejam mesmo confirmados, Temer e Aécio não podem continuar nos cargos. Ainda na noite desta quarta, deputados da oposição protocolaram um pedido de impeachment de Michel Temer.
Janaína também considera que, na hipótese de confirmação, a melhor maneira de se fazer a transição na Presidência da República seria através do STF: "O MPF (Ministério Público Federal) deve denunciar ao Supremo, o STF recebe a denúncia e afasta imediatamente o presidente".
Em texto publicado na noite desta quarta-feira (17) no site do jornal O Globo, o colunista Lauro Jardim informou que Joesley Batista, dono da JBS, teria gravado uma conversa com Michel Temer, onde o presidente o autoriza a comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. O senador Aécio Neves (PSDB) também teria sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário. Minutos depois, a oposição protocolou um pedido de impeachment na Câmara.
Segundo Jardim, na gravação Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para resolver um assunto da J&F, uma holding que controla a JBS. Depois disso, o deputado foi filmado recebendo R$ 500 mil encaminhados por Joesley. O empresário diz ao presidente que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ambos se mantenham em silêncio e ele responde: "tem que manter isso, viu?".
Além destas revelações, o dono da JBS contou que repassou R$ 5 milhões para Cunha depois que ele foi preso, um montante relativo a um saldo de propina que o peemedebista tinha com ele. O empresário disse que ainda devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre desoneração tributária do setor de frango, conforme Jardim.