De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, o presidente Michel Temer (PMDB) confirmou, durante conversa com aliados no fim da noite dessa quarta (17), que ouviu do empresário Joesley Batista que ele dava dinheiro para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e não manifestou objeção sobre o assunto.
Segundo Carlos Marun (PMDB-MS), deputado que esteve na reunião, Temer confirmou o relato de Joesley, mas reiterou que não fez qualquer pedido desse tipo, mas também não se opôs após ouvir o relato. Outros participantes da reunião confirmaram os relatos do presidente e afirmam que Temer afirma ter entendido o pagamento como um "ato de solidariedade", pois a família de Cunha estaria passando por dificuldades financeiras.
Os aliados afirmam que o peemedebista negou que tivesse feito qualquer menção à compra de silêncio de Eduardo Cunha e também que tivesse pedido para que os pagamentos continuassem. Temer relatou aos presentes na reunião que Joesley Batista insitiiu bastante para ser recebido no Palácio do Jaburu no dia 7 de março.
Em texto publicado na noite dessa quarta-feira (17) no site do jornal O Globo, o colunista Lauro Jardim informou que Joesley Batista, dono da JBS - a maior produtora de proteína animal do mundo -, teria gravado uma conversa com Michel Temer (PMDB) onde o presidente o autoriza a comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. O senador Aécio Neves (PSDB) também teria sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário. Minutos depois, a oposição protocolou um pedido de impeachment na Câmara.
Segundo Jardim, na gravação Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para resolver um assunto da J&F, uma holding que controla a JBS. Depois disso, o deputado foi filmado recebendo R$ 500 mil encaminhados por Joesley. O empresário diz ao presidente que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ambos se mantenham em silêncio e ele responde: "tem que manter isso, viu?".