O ministro da Lava Jato Edson Fachin aceitou, nesta quinta-feira (18), o pedido de abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer (PMDB) por parte da PGR. A investigação se dá por conta do vazamento do conteúdo de delação premiada do dono da JBS, Joesley Batista, que implica Temer num esquema de pagamento para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. No fim da tarde, o próprio Fachin aceitou o pedido do Planalto e retirou o sigilo da delação premiada da JBS.
Como as gravações aconteceram em março deste ano, o Supremo pode investigar criminalmente Michel Temer pelos crimes ao quais ele venha a ser arrolado por conta do conteúdo da delação.
Joesley Batista, dono da JBS - a maior produtora de proteína animal do mundo -, teria gravado uma conversa com Michel Temer (PMDB) onde o presidente o autoriza a comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Segundo Jardim, na gravação, Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para resolver um assunto da J&F, uma holding que controla a JBS. Depois disso, o deputado foi filmado recebendo R$ 500 mil encaminhados por Joesley. O empresário diz ao presidente que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ambos se mantenham em silêncio e ele responde: "tem que manter isso, viu?".
Michel Temer já era alvo de dois pedidos de abertura de inquérito no STF por conta das delações de executivos da Odebrecht. Os pedidos não foram aceitos no Supremo pelo fato dos crimes terem ocorrido antes de Temer assumir a presidência do País.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, decidiu levantar o sigilo da delação premiada da JBS, segundo apurou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Os despachos do ministro já foram encaminhados à Secretaria Judiciária do STF.