As ações do gigante da indústria alimentícia JBS sofreram uma queda de 31,34% na Bolsa de São Paulo, em meio ao escândalo dos áudios das delações de um de seus donos, Joesley Batista, no âmbito da Operação Lava Jato.
O índice Ibovespa dos principais valores encerrou em queda de 1,54%, nos 61.673 pontos.
Foram negociadas durante a sessão na Bolsa de São Paulo 12,281 bilhões de reais em 1.904.424 operações.
As maiores baixas foram da JBS (-31,34%), Rumo (-10,94%) e Ecorodovias (-6,06%). As altas mais importantes foram as da Fibria (+2,30%), Embraer (+1,06%) e Suzano papel (+6,24%).
As ações da JBS haviam caído 9,68% na quinta-feira, na primeira sessão após as revelações de que um de seus donos, Joesley Batista, teria entregue à Justiça uma gravação supostamente comprometedora de Temer, mas na sexta-feira limitou as perdas, caindo 1,52%.
Após o fechamento dos mercados, no entanto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a abertura de cinco processos administrativos contra o grupo por suspeitas, entre outras coisas, de gestão de informação privilegiada (insider trading) nos mercados de câmbio e de valores.
A agência americana de avaliação de risco financeiro Moody's rebaixou ainda mais a nota creditícia da empresa, de Ba1 a Ba2, com viés de baixa.
No sábado, Temer acusou Joesley Batista de ter cometido "o crime prefeito" porque, consciente do "caos" que geraria no Brasil sua gravação, obteve ganhos bilionários "em menos de 24 horas", ao vender ações e comprar milhões de dólares antes da queda dos mercados na quinta-feira. O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma investigação sobre o caso.