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Não houve nenhuma exepcionalidade, diz procurador sobre delação da JBS

Segundo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho, nas delações não há nada além do que já é previsto em lei
Da editoria de Política
Publicado em 23/05/2017 às 12:12
Segundo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho, nas delações não há nada além do que já é previsto em lei Foto: Foto: Reprodução / Rádio Jornal


Diante da delação premiada firmada entre os executivos da JBS e o Ministério Público Federal (MPF), o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti garantiu que a delação do irmãos Batista seguiu os mesmos moldes de outras já realizadas.

“Com certeza não houve nenhuma excepcionalidade nesse caso, de algo nunca previsto em lei como se está querendo parecer. Isso é muito mais uma questão jurídica do que política”, disse o procurador em entrevista ao programa Passando a Limpo na manhã desta terça-feira (23)

De acordo com José Robalinho, as denúncias não estão baseadas apenas nas falas dos delatores. “Qualquer acordo de colaboração premiada, o colaborador é obrigado a entregar todas as evidências. A delação da JBS é a mais recheada de documentos de todas as demais anteriores. Isso com absoluta certeza será comprovado”. 

O presidente da Associação dos Procuradores fez um comparativo entre os acordos dos irmãos Joesley e Wesley Batista e o de Marcelo Odebrecht. “Marcelo Odebrecht tentou fugir do país, atrapalhar investigações. Não foi uma colaboração espontânea e ainda assim quando colaborou entregou apenas fatos passados. Os irmãos batista espontaneamente, quando não estavam sendo investigados, procuraram as autoridades, entregaram dados planilhados de mais de 1800 políticos que receberam contribuições, com as propinas que foram dadas, com notas fiscais”, explicou. 

Áudios

Sobre as afirmações a defesa de Michel Temer (PMDB) de que o áudio da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente estaria adulterado, o procurador contou que a gravação é uma prova importante, mas não é absolutamente essencial para os autos. “Se da conversa de 50 minutos restarem 10 minutos comprovadamente de conversas complicadas, o presidente Temer terá que responder por elas. Mesmo que tenha tido edição no sentido de cortes, o que resta saber é o pedaço que está lá está integro, é coerente? Se ela tem começo, meio e fim, cabe aos membros da conversa explicar e não tentar fugir com argumentos vazios de que a conversa não existiu”, contou.

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