Partidos aliados ao governo já discutem sucessão de Michel Temer

Apostas do grupo aliado se reduzem a dois nomes no caso de eleição indireta: o ex-ministro Nelson Jobim (PMDB-RE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Da editoria de Política
Publicado em 24/05/2017 às 10:32
Apostas do grupo aliado se reduzem a dois nomes no caso de eleição indireta: o ex-ministro Nelson Jobim (PMDB-RE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) Foto: Foto: Agência Brasil


Partidos aliados à base governista, liderados pelo PSDB, avaliam em reserva que o presidente Michel Temer não vai conseguir se manter na Presidência da República até o fim do mandato. Como Temer não aponta indícios de que deve renunciar ao cargo, assim como afirmou em pronunciamento na última quinta-feira (18), a solução seria contar com o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevista para iniciar no próximo dia 6 de junho. As informações são do Jornal O Estado de São Paulo.

O consenso é de que a cassação resolveria o impasse institucional, já que o presidente não precisaria renunciar. Em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo na quarta-feira (17), o presidente afirmou que a renúncia seria o mesmo que admitir a culpa e só sairá se for tirado: "se quiserem, me derrubem".

Os partidos trabalham com a ideia de eleição indireta. Segundo a Constituição, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é o primeiro na linha de sucessão, que após a saída do presidente assumiria o cargo por 30 dias até que fosse realizada a eleição. Qualquer brasileiro, filiado a um partido político e maior de 35 anos poderia se candidatar.

As apostas do grupo aliado se reduzem a dois nomes para indicar à Câmara dos Deputados no caso de eleição indireta: o ex-ministro Nelson Jobim (PMDB-RE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), que assumiu a presidência nacional do partido após renúncia do senador Aécio Neves, também citado nas delações da JBS.  

A solução por meio de eleição direta, que só seria possível com a aprovação da Proposta de Emenda a Constituição (PEC) ainda em tramitação no Congresso Nacional, não agrada a base. O receio é de que o ex-presidente Lula (PT) seja eleito em primeiro turno.

No governo, a preferência é acelerar a votação da reforma política que já está em tramitação do Senado e tentar manter a agenda econômica de Temer.  A presença da equipe do Ministério da Fazenda, comandada por Henrique Meirelles, apontado também como “presidenciável”, é considerada essencial.

Defesa do mandato

Após desistir do pedido de suspensão de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF), Michel Temer indicou a aliados que tentaria defender seu mandato estimulando uma agenda econômica no Congresso.  Mas nas palavras de um líder tucano, o importante é "o próximo passo".

O PSDB, aliado mais forte do governo, ensaiou romper com a base mas recuou. Os tucanos pretendem esperar o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para só então decidir se continuará ou não apoiando o governo. O PSDB pretende prolongar sua permanência porque conta do apoio dos peemedebistas na eleição direta e na consequente montagem de uma nova gestão.

O principal grupo tucano em favor do desembarque imediato é o da Câmara. A bancada remarcou para esta quarta-feira (24) a reunião com o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE), em que discutirá o apoio ao governo Michel Temer. O encontro estava marcado para esta terça-feira (23) mas foi adiado porque Jereissati não poderia participar.

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