Temer articula com ministros estratégia para recebimento de denúncia

Em meio às crises política e jurídica, o governo quer articular as ações da próxima semana, período em que Janot deve apresentar relação de provas contra o presidente ao STF
JC Online e Estadão Conteúdo
Publicado em 25/06/2017 às 19:55
Em meio às crises política e jurídica, o governo quer articular as ações da próxima semana, período em que Janot deve apresentar relação de provas contra o presidente ao STF Foto: Foto: AFP


O presidente Michel Temer reservou a noite deste domingo (25) para uma reunião no Palácio da Alvorada com os ministros Moreira Franco (Secretária-Geral), Torquato Jardim (Justiça), o advogado Gustavo Guedes, os ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Aloísio Nunes (Relações Exteriores), além do líder do governo no Congresso, André Moura, e o líder da Câmara, Aguinaldo Ribeiro. Todos devem alongar a conversa de última hora, que não consta na agenda oficial e a princípio trataria das votações no Congresso, para traçar os próximos passos após o recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o peemedebista, que deve vir até esta terça-feira (27).

Em meio às crises política e jurídica, o governo quer articular as ações da próxima semana para tentar se sustentar e também para traçar a estratégia de governo para o recebimento da denúncia que o procurador-geral Rodrigo Janot deve apresentar. A denúncia será tratada como prioridade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se Janot optar por fatiar a denúncia, os pedidos devem, a princípio, ter tramitação em separado. Informações da revista Época, dão conta de que Janot irá dividir a denúncia segundo os crimes de corrupção passiva, obstrução da justiça e organização criminosa.

Temer precisa organizar a base aliada para garantir os 172 votos necessários para barrar a denúncia no Congresso. No Planalto há uma maior ala que se mostra otimista em relação ao poder do governo em derrubar as denúncias na Câmara, mas alguns auxiliares já admitem que "na Câmara nada é tranquilo", principalmente após a primeira derrota do governo, com a rejeição da Reforma Trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, após a gravação de Joesley Batista.

O ministro Edson Fachin, relator da investigação contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), deu o prazo máximo de cinco dias para o procurado-geral da República, Rodrigo Janot, apresente a denúncia. O prazo se esgota nesta terça-feira (27). 

Nesse sábado (24), a Polícia Federal concluiu que não houve adulteração no áudio gravado pela por Joesley Batista no Palácio do Jabaru com Temer. A perícia realizada no Instituto Nacional de Criminalística relaciona as interrupções ao gravador utilizado, que faz pausas automáticas em momentos de silêncio. Prova que será arrolada à denúncia e pode complicar ainda mais a defesa do peemedebista.

AGU

Mais cedo, Temer recebeu a advogada-Geral da União, Grace Mendonça, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, no Palácio do Jaburu, residência oficial do presidente. Segundo apurou o Broadcast, Temer recebeu Grace para desmentir boatos sobre uma possível troca na pasta.

Na semana passada, circulou a informação de que a ministra seria substituída pelo sub-chefe de assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha. No dia, porém, Temer - que estava em viagem pela Noruega - pediu que um ministro ligasse para Grace e a tranquilizasse. Auxiliares do presidente disseram que a informação foi um fogo-amigo" contra a ministra, mas que ela conta com o respaldo de respeito do presidente até o momento.

 

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