A defesa do presidente Michel Temer apresentará na quarta-feira (5) os seus argumentos à comissão da Câmara dos Deputados que analisa a denúncia por corrupção contra ele, em uma tentativa de acelerar o processo que pode destituí-lo.
"Será uma defesa escrita e depois a sustentação oral", afirmou à AFP Gustavo Bonini Guedes, um dos advogados do presidente.
Temer deixaria passar assim somente uma das 10 sessões que tem como prazo para se manifestar, na tentativa de acelerar o processo iniciado na segunda-feira (26), quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o denunciou por corrupção passiva.
Temer é o primeiro presidente da História do Brasil a ser denunciado no exercício da função e seu futuro está nas mãos da Câmara, que deverá decidir se validará a denúncia para ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para isso, 342 dos 513 deputados, dois terços das cadeiras, têm que votar a favor do julgamento, algo que até agora parece improvável, já que o governo conta com uma folgada maioria na Câmara. Além disso, dezenas de deputados também são investigados por corrupção.
Mas antes de chegar ao plenário, a denúncia tem que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá no máximo cinco sessões para elaborar um relatório e votá-lo.
O parecer desta comissão formada por 66 deputados não é vinculante, e o caso deverá ser votado no plenário de qualquer forma.
Apesar da confiança no apoio da Câmara, Temer lançou uma ofensiva para assegurar pessoalmente o apoio do maior número de deputados.
Somente nesta terça-feira (4), o presidente receberá individualmente 22 legisladores, segundo a sua agenda oficial.
Na quinta-feira (6), Temer irá para a Alemanha para participar da cúpula do G20 de Hamburgo e retornará no sábado (8) à noite.