Após votar pela aprovação da reforma trabalhista no Senado, Armando Monteiro (PTB-PE) disparou contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A reação veio depois que o democrata afirmou que irá barrar a medida provisória que irá alterar o projeto aprovado pelo Senado. Armando referiu-se à declaração de Maia como “infeliz”, “arrogante” e “precipitada”.
"Foi uma manifestação infeliz de quem parece agir já como presidente da República, a quem cabe única e exclusivamente a prerrogativa de editar medidas provisórias. Revela a imaturidade do presidente da Câmara dos Deputados", declarou o senador pernambucano na abertura da reunião da CCJ do Senado, com a sabatina da futura procuradora-geral da República Raquel Dodge.
Armando participou do acordo que modificaria, por medida provisória, a reforma trabalhista. Além de Armando, os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Marta Suplicy (PMDB-SP), presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS); Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, tiveram duas longas reuniões, na véspera da votação da reforma na CCJ. Concluíram as modificações por telefone, enquanto transcorria a sessão da Comissão na qual a reforma foi aprovada, às 23h55 do dia 28 passado.
Entre as oito mudanças na reforma trabalhista, a medida provisória estabelecerá que, em vez de individualmente, como consta do projeto aprovado ontem, será permitida apenas por convenção coletiva (entre categorias) ou acordo coletivo (entre empresas e sindicatos) a jornada de trabalho de 12 horas por 36 horas de descanso, alterando-se dispositivo do PLC 38/2017.
Segundo o senador, sua participação no grupo não se deu como integrante da base do governo, mas de maneira independente. "Repudio, por isso, a forma precipitada e arrogante com que se manifestou o deputado Rodrigo Maia”, reagiu Armando.
Outros senadores também criticaram as declarações de Rodrigo Maia. Para Ronaldo Caiado (DEM-GO), a atitude de Maia contra mudanças no texto aprovado na Câmara e referendado ontem pelo plenário do Senado foi “grosseira, inoportuna e deselegante”.
Para Jorge Viana (PT-AC), “o Senado não pode ser avacalhado como está sendo por Rodrigo Maia”. Já Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou como “desastrada” a posição do presidente da Câmara.