O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), autor do voto decisivo a favor da admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Roussef (PT), afirmou que a ex-presidente foi afastada do cargo por conta do apelo vindo das ruas, uma movimentação que não estaria ocorrendo atualmente com a denúncia protocolada contra o presidente Michel Temer (PMDB).
“Quem tirou a Dilma não foi a representação dos votos da Câmara dos Deputados. Quem tirou a Dilma foram milhões de brasileiros que foram as ruas para ela sair e não estão o fazendo em relação a (Michel) Temer ”, disse o ministro nesta terça-feira (25). Bruno está em Recife para participar do 4º Congresso Pernambucano de Municípios promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), motivo pelo qual o evento de lançamento do Cartão Reforma foi adiado novamente, e permanece sem data definida.
Segundo ele, o fato de não haver mobilização popular expressiva pedindo abertamente pela saída do presidente, não significa que as pessoas "queiram ou não queiram o Temer". "Mas porque têm uma concepção madura de que o país está muito ferido, que o país precisa chegar em 2018 nas eleições presidenciais".
O presidente Michel Temer foi denunciado pelo crime de corrupção passiva pelo procurador Geral da República, Rodrigo Janot, com base nas delações dos executivos da JBS. A denúncia será apreciada no plenário da Câmara no dia 2 de agosto, após o recesso legislativo. Bruno é deputado federal e deve ser exonerado do cargo de ministro para votar a favor do seu aliado. "É possível que todos os ministros que tem mandato na Câmara dos deputados retornem ao Congresso Nacional para votar semana que vem", contou.
Desde o início do processo contra Dilma, Bruno Araújo, que exercia o cargo de deputado federal, era um dos principais defensores do afastamento. "Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o grito de milhões de brasileiros. Carrego comigo nossas histórias de liberdade pela democracia. Por isso, o meu voto é sim", disse emocionado no plenário no dia da votação. Deste momento em diante, a votação continuou e o processo de impeachment de Dilma foi instaurado. Depois levado ao Senado, que decidiu no dia 31 agosto pela saída da petista do Palácio do Planalto.
"Todos nós sabemos que a Dilma caiu essencialmente, além de processos claros que corrupção que avançam porque literalmente meteu a mão no bolso do povo aniquilando a economia brasileira", contou o ministro.