O Ministério Púbico Federal, em parecer enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pediu a manutenção da prisão preventiva de Willer Tomaz de Souza, ex-advogado da J&F. Suspeito de ter interferido na negociação da colaboração premiada do empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, as investigações apontam que Willer agiu em nítido prejuízo ao andamento das operações Lava Jato e Greenfield.
De acordo com o MPF, Willer "usou de sua relação com o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, integrante da força-tarefa da operação Greenfield, para obter informações sigilosas sobre a operação e repassar ao seus clientes".
A defesa do advogado requereu a substituição da prisão preventiva por outras medidas cautelares, o MPF entendeu que “a decisão está lastreada em oitivas, documentos, gravações e escutas ambientais” suficientes para a manutenção da medida restritiva.
Na ação penal, Willer Tomaz foi denunciado pelos crimes de formação de corrupção ativa, violação de sigilo e obstrução à investigação de organização criminosa.
À época, em carta escrita ao jornal Folha de São Paulo, o advogado negou que tenha repassado R$ 50 mil a Villela, como acusaram os delatores, mas admitiu que entregou gravação de uma negociação de delação premiada entre procuradores e um ex-sócio da J&F inimigo de Joesley, como forma de pressionar o empresário a fechar um acordo de colaboração. Segundo Tomaz, Villela também entregou pautas de reuniões da equipe do Ministério Público Federal com o mesmo intuito.
O advogado foi preso em 18 de maio por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 30 de maio, reconhecida a falta de competência originária da Suprema Corte, o caso foi remetido ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), que confirmou a necessidade de prisão preventiva do investigado.
Contra essa decisão, a defesa do advogado apresentou habeas corpus ao STJ, afirmando não haver no processo elementos fático-jurídicos que justificassem a prisão cautelar de Willer.
Em decisão monocrática de 26 de junho, o ministro Rogério Schietti, relator do caso, negou o habeas corpus e enviou o processo para manifestação do Ministério Público Federal. O caso agora será apreciado pela 6ª turma do STJ.
No último dia 17, o STJ decidiu manter a prisão do procurador da República Ângelo Goulart Villela, também preso em maio na Operação Patmos .