O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) irá continuar como presidente do PSDB até a a próxima convenção do partido, que deve acontecer até o fim do ano. A decisão foi tomada após acordo com Aécio Neves (PSDB-MG), que presidia a legenda até a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) vir à tona.
Aécio anunciou a licença da presidência no dia 18 de maio. O tucano foi apontado na delação do Joesley Batista, dono da JBS, como o receptor, em gravação anexada aos autos, de uma quantia de R$ 2 milhões que seria paga pelo empresário, para pagar despesas com defesa na Lava Jato. A gravação teria sido realizada pelo próprio empresário e entregue à PGR.
À época, o próprio Aécio havia indicado Tasso para assumir o cargo. Desde o afastamento do tucano mineiro, Jereissati tem tomado posições cautelosas em relação à fidelidade da sigla ao presidente Michel Temer, que teve ontem a denúncia por corrupção passiva arquivada pela Câmara.
Aécio teve o pedido de cassação do mandato arquivado pelo Conselho de Ética e retomou o mandato após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Melo. A PGR já pediu que a decisão fosse revisada.
Na votação da denúncia contra Temer, o PSDB foi uma das grandes incógnitas sobre o apoio ao planalto. Com 4 ministérios no governo, o PSDB deu 22 votos a favor do presidente e 21 contra.