A assessoria do Ministério da Saúde afirmou, por telefone, que o ministro Ricardo Barros não informou que a fábrica da Hemobras sairia de Pernambuco. Segundo a assessoria, em nenhum momento, o Ministério disse que ia tirar a empresa do Estado. Há, sim, uma nova proposta vai terminar a fábrica no Estado.
A resposta da assessoria foi provocada após a fala do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), na manhã desta segunda-feira (7), em audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Segundo o senador, o impasse em torno da Hemobras ocorre por conta de uma possível transferência na produção do fator VIII recombinante, hemoderivado usado no tratamento de hemofílicos, para uma fábrica em Maringá, no Paraná, um projeto do atual ministro da Saúde, Ricardo Barros. A cidade é reduto político do ministro.
Outro dado questionado pelo Ministério foi o percentual construído do projeto. Na audiência, foi apresentado o dado de que 70% da fábrica estaria concluída. Segundo a pasta, o percentual refere-se apenas à área de fracionamento de plasma.
Na mesma audiência pública, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a forma como o ministro vem agindo é uma "afronta ao Estado" e que ele age com "desfaçatez". "Porque ele pensa que nós somos idiotas, nós vamos fazer papel de idiotas aqui?", questionou o senador.
Sobre as falas do senador petista, a assessoria de comunicação informou que, na semana passada, foi realizada uma audiência pública no Senado onde Ricardo Barros respondeu a todas as perguntas sobre a instalação de uma nova fábrica de hemoderivados no Paraná, inclusive aos questionamentos do senador Humberto Costa.