O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou nesta quarta-feira (16) que a revisão da meta fiscal tenha resultado em algum desgaste ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Ninguém sofreu desgaste", disse. A revisão da meta foi motivo de diversas reuniões entre o presidente Michel Temer e membros das alas política e econômica do governo e, segundo fontes, houve momentos de embates.
Segundo Padilha, Meirelles é o condutor da política econômica do governo e teve que atuar a partir das circunstâncias. "Quem é que contava com a inflação que nós vivemos? E inflação impacta diretamente na arrecadação. Nós tivemos uma queda de arrecadação muito grande e o ministro Meirelles teve uma sensibilidade para conduzir esses processo e, na minha opinião, conduziu magistralmente", afirmou, após cerimônia no Palácio do Planalto.
Na terça-feira (15), ao anunciar a revisão da meta, Meirelles também tentou reforçar o discurso de que não há divisão no governo. "Fizemos um estudo na área econômica e levamos ao presidente Michel Temer, que aprovou. É uma mudança de meta técnica, dentro da realidade. Não houve derrotados nem vitoriosos", afirmou.
Padilha destacou ainda que a revisão da meta traduziu o que o governo já vinha falando. "Nós tínhamos que olhar o que era a nossa meta, que era de R$ 139 bilhões de déficit. Vimos a impossibilidade de continuar com ela e o mais correto que tinha era, com toda transparência possível, elevá-la porque era absolutamente indispensável", destacou.
O ministro da Casa Civil tentou ainda minimizar o fato de o líder do governo no Senado, Romero Jucá, ter informado os números à imprensa antes do início da coletiva da equipe econômica. "Que eu saiba, o senador Jucá não falou a meta antes que o ministro Meirelles", disse inicialmente. Mas, depois de ser informado por jornalistas sobre o ocorrido, continuou: "Ele falou quando o ministro Meirelles já estava dando publicidade ao que seria a meta", minimizou.
Ao ser questionado se Jucá ainda atuava como ministro do Planejamento, Padilha fez afagos ao correligionário. "Ele é um quadro muito qualificado na área econômica e nenhum partido gostaria de abrir mão do senador Jucá. Aliás, se nós olharmos a história recente, vamos ver que ele esteve sempre nessa condição no Senado da República".