O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou nesta sexta-feira, 27, que o governo vai defender a aprovação do parecer da comissão especial para a reforma da Previdência. Segundo ele, o debate sobre uma versão mais enxuta do texto "é legítimo", mas ressaltou que a votação da proposta deveria ser de interesse não só dos atuais governante, mas também de quem pretende estar no governo no futuro.
"Existe um debate amplo, que é legítimo, e existem as previsões de deputados, senadores, analistas, jornalistas, todos dão sua opinião. Agora, o importante é que nós vamos defender a aprovação do projeto atual, que foi aprovado na comissão especial, que me parece projeto equilibrado. Vamos discutir e ver o que Congresso Nacional vai decidir", disse.
Meirelles participou nesta sexta do 12º Encontro de Lideranças Empresariais, promovido pela Rede Gazeta, no município de Domingos Martins, interior do Espírito Santo. O ministro disse que é importante conversar com os empresários para transmitir os números que evidenciam que o País "já saiu da recessão e tem espaço para crescer".
"É mais que justificado o momento para investir e contratar. Já se criou este ano mais de 1 milhão de vagas de emprego, é importante que continue criando cada vez mais", disse o ministro a jornalistas. "É importante assegurar a manutenção do crescimento, e para isso os empresários têm que investir e acreditar", acrescentou.
Para o ministro, é possível aprovar a reforma da Previdência ainda este ano. Como prova disso, ele lembrou que o governo do presidente Michel Temer já aprovou uma série de reformas, como o teto de gastos, a trabalhista, a lei de governança das estatais e a nova taxa de juros do BNDES. "Agora estamos discutindo Previdência e em seguida a (reforma) tributária", disse.
Mais cedo, após almoço com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, na residência oficial em Vila Velha, na Grande Vitória, Meirelles já havia repetido seu mais recente mote: "reforma da Previdência em primeiro lugar". Segundo o ministro, a reforma é essencial para evitar que o Brasil precise tomar medidas mais drásticas no futuro, como cortar benefícios de aposentados e pensionistas. "Estamos longe disso, mas é importante tomar providências para não chegar lá."
Sobre a reforma tributária, Meirelles disse acreditar que há espaço para retomar essa discussão, mas ele explicou que o projeto ainda não está pronto. "A proposta ainda está em andamento, temos um grupo de trabalho muito amplo. Tudo isso é fundamental para que reforma seja sólida e tenha condições de funcionar melhor. Portanto, isso é projeto que está em andamento em paralelo", explicou.
O ministro voltou a dizer durante o evento com lideranças que vai trabalhar pela retomada das atividades da mineradora Samarco, que estão paralisadas há quase dois anos, desde o desastre ambiental em Mariana (MG). Hartung tem pedido o apoio de autoridades no governo federal para conseguir recuperar os trabalhos da companhia, que responde sozinha por 5% do PIB capixaba.
"Vamos trabalhar junto com órgãos técnicos visando a (dar) melhores subsídios, dados e embasamento para que órgãos de proteção ambiental tenham segurança de que resíduos serão depositados de forma segura", disse Meirelles. "Tudo isso é importante não só para o Espírito Santo, para Minas Gerais, mas também para a economia brasileira, desde que seja assegurado o funcionamento seguro", acrescentou.