PSOL pede no Supremo suspensão de votação de intervenção no Rio

Ministro da Defesa, Raul Jungmann disse que população do Rio aplaude de pé intervenção
Da editoria de Política
Publicado em 19/02/2018 às 16:59
Ministro da Defesa, Raul Jungmann disse que população do Rio ‘aplaude de pé’ intervenção Foto: Foto: Wilson Dias / Agência Brasil


A bancada do PSOL na Câmara protocolou nesta segunda-feira (19) um Mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a votação do decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. A sessão de votação na Casa está prevista para começar às 19h.

Entre outros pontos, o mandado questiona a falta de justificativa para a edição do decreto (já que não há qualquer exposição de motivos para a intervenção); a ausência de consulta prévia aos Conselhos da República e de Defesa Nacional (já que o decreto foi assinado na última sexta e os Conselhos foram convocados nesta segunda).

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, minimizou nesta segunda, em entrevista à Rádio Jornal, as críticas de especialistas em segurança pública à intervenção do governo federal no Rio de Janeiro. Para ele, “especialista vai ser crítico e é o papel dele”.

Jungmann defendeu que uma pesquisa feita pelo Ibope apontou que o 83% da população apoiam a medida. “Fale com taxista, fale com universitário, fale com o povo da rua, fale com comerciante. Eles aplaudem de pé essa intervenção federal”, afirmou. “Não havia mais outra saída e possibilidade que não fosse essa intervenção federal.”

O PSOL também questiona o fato de o decreto ter sido assinado sem que o Conselho da República estivesse completo, como exige o texto da Constituição Federal, já que Câmara dos Deputados e Senado Federal não haviam indicado (e ainda não indicaram) os quatro “cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade” que devem compor a instância, como previsto no inciso VII do artigo 89, que trata do Conselho da República. Apenas o Presidente da República indicou os dois membros deste inciso a que tinha direito.

Motivação eleitoral

O mandado é assinado pelo líder da bancada, deputado Ivan Valente (SP). “A intervenção federal, com cunho militar, tem motivação política e eleitoral. É uma cortina de fumaça porque o Planalto não tem votos para aprovar a reforma da Previdência e quer desviar o foco das investigações sobre o esquema no Porto de Santos, que envolve Temer”, afirma.

Para o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, “o decreto, além de demagógico e autoritário, não respeitou os trâmites previstos na Constituição”. “A sociedade civil não foi ouvida e o Congresso Nacional vai votar a medida sem que o governo tenha enviado sequer uma justificativa formal. É uma vergonha. Acionar o STF era o mínimo que deveríamos fazer”.

Valente afirma, ainda, que o PSOL avalia entrar com uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) contra o decreto.

As informações são da Agência Câmara

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