O presidente Michel Temer comentou através da sua conta do Twitter sobre os disparos realizados a dois ônibus que realizam a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo sul do Brasil. "Lamento o que aconteceu com a caravana do ex-presidente Lula", afirmou o emedebista nesta quarta-feira (28). Dois veículos foram atingidos por disparos de arma de fogo, mas ninguém se feriu
"Lamento o que aconteceu com a caravana do ex-presidente Lula. Desde quando assumi o governo, venho dizendo que nós precisamos reunificar os brasileiros. Precisamos pacificar o País. Essa onda de violência, esse clima de ‘uns contra outros’ não pode continuar", diz a mensagem do presidente.
Na última terça-feira (27) o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou como "inaceitável" o ataque a tiros aos ônibus da caravana do ex-presidente, no interior do Paraná.
"É absolutamente inaceitável que aconteça, parta de quem partir. Isso não é convivência democrática. Isso não pode acontecer, e se acontecer é preciso identificar os responsáveis porque não pode se repetir dentro do regime democrático", disse o ministro.
Um dos veículos, que transportava jornalistas, foi atingido por disparos, e outro, com convidados do PT, foi alvejado por um tiro. Lula e Hoffmann viajavam no único carro que saiu ileso do ataque, segundo a legisladora.
Os críticos de Lula hostilizaram sua comitiva durante seu trajeto de dez dias pelos três estados do sul. Os protestos tiveram baixa adesão, mas não deram trégua.
"A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus", relatou Lula em sua conta no Twitter.
Antes do incidente, Bolsonaro, segundo mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro, atrás de Lula, havia cumprimentado os ativistas que organizaram atos contra Lula, a quem chamou de "bandido".
O sul do Brasil é uma região hostil ao ex-presidente e, segundo meios de comunicação, vários assessores o desaconselharam a se lançar nesta caravana.
Pré-candidatos à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (PSD), Manuela d´Avila (PCdoB), Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL) condenaram nesta quarta-feira (28), em suas contas no Twitter, os ataques feitos contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo sul do País. Na terça-feira (27), dois ônibus que levavam parte da equipe do petista foram atingidos por tiros no Paraná. Ninguém se feriu.
Para Alckmin, "toda forma de violência deve ser condenada". De acordo com o governador paulista, é papel das autoridades apurar e punir os tiros contra a caravana do PT. "E é papel de homens públicos pregar a paz e a união entre os brasileiros. O País está cansado de divisão e da convocação ao conflito", escreveu. Na noite desta terça, no entanto, o tucano havia adotado um discurso menos conciliatório, e até mesmo surpreendente, ao declarar à Folha de S.Paulo que o "PT estava colhendo o que plantou".
Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em um democracia as divergências políticas devem ser resolvidas nas eleições, atrás do debate e do respeito ao resultado eleitoral. "O que aconteceu ontem no Paraná foi um atentado contra a liberdade de expressão de um líder político e isso é inadmissível numa democracia", disse.
Marina Silva afirmou que repudia veementemente os tiros disparados contra a caravana do ex-presidente. "O uso da violência com motivações políticas é uma afronta ao regime democrático", disse. "Devemos lutar pelo direito a livre manifestação e pelo respeito às instituições da Justiça, que são preceitos constitucionais e alicerces fundamentais da nossa democracia", completou.
Pré-candidata pelo PCdoB, Manuela d’Avila afirmou que estará com Lula nesta quarta-feira em Curitiba. "Transformemos o ato da caravana de Lula de hoje, em Curitiba, num grande ato de resistência ao fascismo e ao ódio. De reafirmação do compromisso com a democracia", afirmou. Presidenciável pelo PSOL, Guilherme Boulos também é esperado na capital paranaense.