Após a prisão do ex-presidente Lula depois da condenação em segunda instância no Supremo Tribunal Federal (STF), o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Palácio do Planalto podem estar unidos para barrar o cárcere neste tipo de julgamento. De acordo com o Jornal O Estado de S.Paulo, o acordo entre a sigla e a representação executiva brasileira foi estabelecido antes do pedido de habeas corpus do líder petista ser negado.
O presidente Michel Temer e o ex-presidente Lula, em embates após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, há quase dois anos, parecem estar cada vez mais próximos. Para estabelecer o acordo, o ex-assessor Temer, Sandro Mabel, foi convocado para que os aliados do presidente não sejam atingidos como Lula foi.
Segundo a reportagem, publicada na edição desta sexta-feira (13), um das coisas que foi estabelecida no acordo é a pressão sobre o ministro Alexandre de Moraes, que é a favor da prisão após a segunda instância. Ele foi nomeado por Temer ao Supremo. Inclusive, Moraes esteve nesta semana com aliados de Lula, sendo o presidente do PT-SP, Luiz Marinho e o ex-ministro Gilberto Carvalho. Gilmar Mendes, contra a execução penal neste caso, também esteve no encontro para debater sobre o julgamento.
A matéria afima que um dos interlocutores do ministro contou que o assunto entre os petistas se trata apenas de soltar Lula e esatabelecer diálogos. Moraes explicou que todas as suas agendas "são públicas", tentando desviar da pressão sobre os encontros com os petistas.
Nos últimos encontros entre os ministros e os políticos do Partido dos Trabalhadores e aliados de Temer, as relações entre as duas partidas - que antes estavam em caminhos opostos -, parecem estar entrelaçados em busca de um único objetivo: consigar livrar seus respectivos aliados da prisão após serem alvos das investigações da Lava Jato.
No dia 29 de março, Temer chegou a enviar uma nota à Lula, que dá a entender um apoio ao líder petista, após a prisão dos seus ex-assessores José Yunes e coronel João Baptista Lima Filho. Na publicação, o presidente diz que não apoia a o cerceamento da livre vontade do povo, contra a possível prisão de Lula, que ainda não estava em cárcere.
Além disso, uma das alternativas do PT é pressionar os parlamentares para conseguir o apoio suficiente para tentar libertar Lula da prisão.