Em encontro com comandante da Marinha brasileira, o almirante Eduardo Bacellar, na manhã desta sexta-feira (16), o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a lançar críticas ao Programa Mais Médicos. "Eu nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi assistida por um médico cubano. Será que nós devemos destinar aos mais pobres profissionais, entre aspas, sem qualquer garantia? Isso é injusto. Isso é desumano", cravou.
O capitão reformado ainda convidou os repórteres presentes a falar de Direitos Humanos e afirmou que desejou apenas oferecer aos médicos cubanos um "salário integral e trazer as suas famílias para o Brasil". "O governo da Sra. Dilma disse que qualquer cubano que pedisse pedissem asilo seriam deportados para Cuba, mas no meu, eles serão acolhidos", disse.
No encontro com o almirante Eduardo Bacellar, ainda não foram definidos os nomes que comandarão a Marinha, o Exército e a Aeronáutica.
Desde o início da transição do novo governo, já foram anunciados 2 militares para ocuparem os Ministérios do novo governo: Augusto Heleno para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o general Fernando Azevedo e Silva para a pasta da Defesa.
Decisão de Cuba O governo cubano informou nesta quarta-feira (14) que está se retirando do programa social Mais Médicos do Brasil após declarações "ameaçadores e depreciativas" do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que anunciou mudanças "inaceitáveis" no projeto do governo. O convênio com o governo cubano é feito entre Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
"Diante desta realidade lamentável, o Ministério da Saúde Pública (Minasp) de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos e assim comunicou a diretora da Organização Panamericana da Saúde (OPS) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", anunciou a entidade em um comunicado.
Cuba tomou a decisão de solicitar o retorno dos mais de 11 mil médicos cubanos que trabalham hoje no Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas e condicionou a permanência no programa "à revalidação do diploma", além de ter imposto "como via única a contratação individual".
O programa Mais Médicos tem 18.240 vagas em 4.058 municípios, cobrindo 73% das cidades brasileiras. Quando são abertos chamamentos de médicos para o programa, a seleção segue uma ordem de preferência: médicos com registro no Brasil (formados em território nacional ou no exterior, com revalidação do diploma no País); médicos brasileiros formados no exterior; e médicos estrangeiros formados fora do Brasil. Após as primeiras chamadas, caso sobrem vagas, os médicos cubanos são convocados.