Um dia após a prisão do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), o presidente eleito da República, Jair Bolsonaro, disse que, se o político for culpado pelos crimes dos quais é acusado, não lamenta a prisão. "Eu calço 42. Cada um que pague pelos seus crimes", afirmou Bolsonaro ao ser questionado sobre a prisão de Pezão após participar de uma formatura de sargentos na Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP). "É um processo que se inicia, mas em sendo culpado não tenho nada a lamentar, tenho apenas a cumprimentar a Polícia Federal e outros órgãos que têm chegado ao final da linha e desvendando muitos nichos de corrupção."
Com maioria no Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o indulto natalino editado pelo presidente Michel Temer no ano passado, Bolsonaro garantiu que em seu governo não assinará nenhum indulto e fará com que condenados por corrupção cumpram a pena integralmente. "Já que indulto é um decreto presidencial, a minha caneta continuará com a mesma quantidade de tinta até o final do meu mandato em 2022. Zero indulto", declarou.
Questionado sobre a visita do conselheiro de Segurança do presidente norte-americano, Donald Trump, Bolsonaro disse que bateu continência a John Bolton como um "sinal de respeito" e que não faz o gesto para comunistas, terroristas e corruptos.
O futuro ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, demonstrou irritação com a pergunta. "Não interessa. Não é nenhum sinal de submissão. Querem achar pelo em ovo", disse o general ao jornalista que fez o questionamento enquanto Bolsonaro ainda falava.