Guedes afirma que deixaria governo caso Previdência não seja aprovada

Para ponderar, ministro também afirmou que não sairia ‘na primeira derrota’
JC Online
Publicado em 27/03/2019 às 17:38
Para ponderar, ministro também afirmou que não sairia ‘na primeira derrota’ Foto: Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado


Em audiência pública no Senado na tarde desta quarta-feira (27), o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que sairia do governo caso não houvesse aprovação da reforma da Previdência. Outro motivo para sua eventual saída da pasta seria o reconhecimento de uma dívida de R$ 800 bilhões por parte do governo federal aos Estados. A informação é do UOL.

No entanto, ele também afirmou que não deixaria o ministério “na primeira derrota”: "Tenho a responsabilidade de não sair na primeira derrota. Mas se os Poderes aprovarem que a União deve R$ 800 bilhões (aos estados) e a reforma da Previdência não for aprovada eu vou ficar aqui para que? Para apagar incêndio? Vou entrar para o Corpo de Bombeiros de Brasília. Não tenho apego a cargo", afirmou.

A fala foi em resposta a uma pergunta da senadora Eliziane Gama (PPS-MA), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado. Ela perguntou justamente se o ministro deixaria a gestão Bolsonaro caso a reforma não fosse aprovada.

Guedes disse ainda que não brigará para ficar no cargo. "Estou aqui para servi-los, se ninguém quiser o serviço, terá sido um prazer ter tentado". Novamente, ele colocou sua permanência no ministério nas mãos do presidente Jair Bolsonaro. 

"Acredito em uma dinâmica virtuosa da democracia, não tenho dúvida de que poderes cumprirão seu papel. Se o presidente (Bolsonaro) apoiar coisas que acho que podem resolver o Brasil, estarei aqui. Se o presidente ou Poderes não assumirem, eu tenho vida fora daqui", argumentou.

Reforma

O ministro da Economia explicou que a reforma da Previdência atinge todos, incluindo militares, mulheres e trabalhadores do campo. "O Congresso é que decide (sobre idade mínima da mulher). Fizemos nossa proposta. É uma proposta forte em que todo mundo contribui", argumentou. 

Paulo Guedes lembrou que o próprio presidente Jair Bolsonaro admitiu ter votado contra reformas anteriores e defendeu publicamente idades menores para a aposentadoria das mulheres. Segundo ele, porém, o presidente foi convencido pela equipe econômica. 

"Considero a reforma uma questão de responsabilidade nossa com as futuras gerações, que não podem cair na mesma armadilha. Por isso peço uma transição para o regime de capitalização, que era citado inclusive por outros candidatos na campanha", reiterou.

"Se tivermos R$ 1 trilhão de economia, conseguimos potência para que o foguete consiga vencer a força da gravidade", exemplificou. Guedes reafirmou que a nova carteira verde e amarela não será obrigatória.

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