O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, evitou dizer quais as categorias a que o presidente Jair Bolsonaro se referia quando afirmou mais cedo que "tudo indica" que algumas voltadas para a área da Segurança Pública deverão ficar fora da proposta de reforma da Previdência em tramitação. Após ser questionado sete vezes por jornalistas, o porta-voz afirmou que o "presidente não trata de policiais militares tampouco de policiais civis".
"Neste momento, não convém ficarmos identificando pontualmente determinadas categorias porque o presidente entende que todo mundo vai ter sua cota de sacrifício", disse Rêgo Barros. Depois de ser indagado diversas vezes, afirmou que policiais militares e policiais civis "estão na alçada, na redoma, dos Estados e eventualmente de municípios".
Ao final da cerimônia de lançamento do 'Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado: o Pátria Voluntária', no Hospital da Criança de Brasília José Alencar, Bolsonaro afirmou que essas categorias seriam contempladas em um novo Projeto de Lei Complementar a ser editado após a promulgação da reforma. Desde a semana passada, Bolsonaro tem atuado para viabilizar regras mais brandas para policiais federais no texto final.
Em outro momento, Bolsonaro disse que "nunca é tarde para desfazer possíveis injustiças" no texto da reforma. "Uma ou outra categoria se sente prejudicada, é justo o reclame deles e o que se fala em possíveis transições", declarou. "O presidente entende que definições finais serão tomadas com a discussão propositiva dos senhores deputados, conduzidas pela firme e segura liderança do deputado Rodrigo Maia quando da votação do plenário do Congresso. Todo mundo vai ter a sua cota de sacrifício", disse o porta-voz.
Segundo Rêgo Barros, Bolsonaro tem preocupação, "não de agora", de atender categorias da área de segurança com as quais ele tem uma ligação mais afetiva. "Ele conhece com profundidade as vicissitudes que essas categorias sofrem no decorrer dos seus trabalhos e no decorrer do seu dia-a-dia."
Na avaliação do Planalto, o processo de aprovação da reforma da Previdência está seguindo seu trâmite normal e formal. "A economia do País precisa voltar a crescer. O primeiro passo é aprovar a Nova Previdência. Depois será necessário estimular o crescimento com outras medidas, tais quais reforma tributária, desburocratização, abertura comercial e outras medidas da agenda econômica", disse o porta-voz.