Em 'live' com pastor, Bolsonaro defende indicação de filho para Embaixada dos EUA

A possível indicação foi levantada por Bolsonaro nessa quinta-feira (11)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12/07/2019 às 13:14
A possível indicação foi levantada por Bolsonaro nessa quinta-feira (11) Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


O presidente Jair Bolsonaro fez uma "live" em seu perfil no Facebook nesta sexta-feira (12) ao lado do pastor Valdemiro Santiago e do missionário José Olímpio, ambos evangélicos. "Em nome da transparência", Bolsonaro afirmou que deseja realizar "lives" com todas as visitas que receber no Palácio do Planalto.

No vídeo, o presidente tratou de liberdade de imprensa, ideologia de gênero e sobre a possibilidade de indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

O presidente disse que, "apesar de apanhar muito", não tem a intenção de controlar a mídia "como tentou diversas vezes o PT". Bolsonaro aproveitou o assunto para dizer que está sendo censurado pelo Facebook, pois suas postagens "já não atingem mais o mesmo número de pessoas que atingiam quando eu tinha um quinto dos seguidores que tenho hoje".

Ele ainda afirmou que se sente responsável pela limitação, imposta pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, no número de compartilhamentos possível na plataforma e que considera a decisão da empresa um ato de censura. O WhatsApp justifica a limitação como forma de coibir a disseminação de notícias falsas por meio do aplicativo.

Bolsonaro defendeu a indicação de seu filho Eduardo para a Embaixada do Brasil em Washington. "O garoto fala inglês, fala espanhol, é amigo dos filhos do presidente americano, Donald Trump. Qual o problema?", reclamou o presidente. Ele ainda repetiu uma suposição, que já tinha feito na quinta-feira, para explicar seu posicionamento: "Imaginem se o filho do Macri vira embaixador no Brasil. O tratamento dele certamente seria diferenciado dos outros embaixadores".

O presidente ainda citou diplomatas anteriores para defender a indicação do filho. "Querem que eu bote quem lá? Celso Amorim? Aloysio Nunes, que foi motorista do Marighella? Meu filho é muito melhor do que eu, já esteve em vários países da Europa".

A indicação, no entanto, ainda não foi confirmada, pois Bolsonaro vai "esperar o momento certo". "Tenho certeza que, se meu filho for sabatinado no Senado, se sairá muitíssimo bem", concluiu, afirmando que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, apoia a indicação de Eduardo porque o conhece.

Ideologia de gênero

Bolsonaro ainda criticou uma manchete do jornal O Globo que afirma que o Brasil vota com islâmicos, na Organização das Nações Unidas (ONU), sobre questões sexuais. "Na questão da ideologia de gênero, esse pessoal pensa como nós. Sobre a mulher, nós sabemos, a mulher é um ser sem direito nenhum que só serve para dar prazer ao homem, não concordamos com isso", afirmou. Com o endosso do pastor Valdemiro, Bolsonaro disse que está determinado a "abortar a ideologia de gênero das escolas".

"Por mais política que faça a bancada evangélica, o saldo é muito mais positivo do que negativo", defendeu Bolsonaro, afirmando que o País tem sérios problemas "éticos, morais e políticos".

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